O ex-vice-prefeito de Quixadá, João Paulo de Menezes Furtado, ganhou um cargo comissionado na nova gestão municipal. De acordo com o ato Nº 04.01.034/2021, já publicado no Diário Oficial dos Municípios, o prefeito Ricardo Silveira nomeou João Paulo como Gerente do Núcleo de Cadastro e Controle de Pagamento, vinculado à secretaria de administração. O cargo tem um dos melhores salários da pasta, de R$ 6.600,00.
João Paulo foi apoiador da campanha de Ricardo Silveira nas eleições de 2020.
Em 2018, o Ministério Público do Ceará chegou a pedir a prisão de João Paulo. A Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) afirmou, na época, possuir provas de que João Paulo cobrava propinas de uma empresa contratada pela prefeitura.
Diálogos apreendidos pelo MP-CE mostram João Paulo cobrando propinas a um empresário. Em troca, ele prometia agir para garantir que a administração municipal liberasse pagamentos de notas fiscais da empresa. Nestes diálogos, João Paulo aparece dando orientações sobre como as propinas deveriam ser pagas: as vezes em cheque, outras vezes em dinheiro vivo. Elas eram entregues em sua casa ou depositadas em contas bancárias indicadas por ele. Em pelo menos uma ocasião, a propina foi deixada na portaria do seu apartamento em Fortaleza.
A justiça negou o pedido de prisão de João Paulo, pois ele já havia deixado o cargo interino de prefeito e não poderia mais ameaçar o erário municipal. O processo, no entanto, continua tramitando na justiça.
Ao nomeá-lo para cargo estratégico em sua gestão, Ricardo Silveira desconsiderou todas as acusações do MP-CE contra João Paulo. O novo prefeito evidencia, assim, acreditar que o órgão ministerial está errado e que João Paulo é inocente das acusações que lhe foram feitas. João Paulo, de fato, alega inocência e exerce seu direito de se defender.