Movimento noturno no comércio de Quixadá avança para os níveis anteriores à pandemia

Movimento noturno no comércio de Quixadá avança para os níveis anteriores à pandemia.

Quixadá é uma cidade conhecida por sua intensa vida noturna, com restaurantes, bares, lanchonetes e pizzarias, em geral, lotados, principalmente nos finais de semana. Por ter presença forte de universitários, boa parte deles de outros municípios, Quixadá apresenta a noite mais ativa do Sertão Central.

A pandemia, no entanto, trouxe a novidade dos decretos sanitários que restringiram a circulação de pessoas e obrigaram o fechamento de muitos estabelecimentos por longos períodos.

Mas o que se percebe é que a movimentação de pessoas no comércio noturno avança rapidamente para os níveis anteriores à pandemia. No Centro, comerciantes até tem fechado ruas para comportar a quantidade de frequentadores dos espaços. Mesas e cadeiras são espalhadas nestes lugares e, ainda assim, por vezes são insuficientes para atender a demanda. É evidente que as pessoas estavam ansiosas para voltar a se reunir assim com os amigos, e o comércio, claro, não quer perder a oportunidade.

O último relatório publicado pela Secretaria de Saúde mostra que 42.999 doses das vacinas contra a Covid-19 foram aplicadas em Quixadá. 29.604 tomaram a primeira dose; 12.165 tomaram a segunda dose e 1.230 tomaram dose única. Apesar das constantes reclamações nas redes sociais de que a vacinação tem sido lenta, é óbvio que o processo de imunização afetou diretamente a disposição das pessoas para voltar a frequentar o comércio noturno. As liberações dos decretos estaduais e municipais criaram o ambiente favorável para que isso se concretizasse.

Para o setor econômico, essa procura por consumo e serviços à noite é uma excelente noticia, especialmente depois de um período difícil, com faturamento despencando mês após mês. Mas há, também, preocupações legítimas.

Variante Delta

A preocupação vem pela propagação da variante delta, considerada muito mais transmissível que as anteriores, segundo apontou o principal órgão de saúde norte-americano em um relatório confidencial vazado na quinta-feira, 29 de julho.

De acordo com o documento interno do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, a variante, detectada no Brasil pela primeira vez em maio deste ano, no Maranhão, parece causar mais doenças graves do que todas as outras versões conhecidas do coronavírus, ainda que vacinados estejam bem protegidos. É, ainda, mais transmissível que os vírus do Ebola, da gripe espanhola ou da varíola. E tão transmissível quanto o da catapora. O órgão não apresenta dados detalhados no documento, mas aponta que a quantidade de vírus em uma pessoa infectada com esta cepa é 1.000 vezes maior do que nos afetados pela cepa original do Sars-Cov-2. E tanto vacinados quanto não vacinados infectados podem transmiti-lo, embora os imunizados em menor frequência. O documento sugere que o passo imediato é “reconhecer que a guerra mudou” e recomenda a volta de uso de máscaras e o reforço na vacinação.

No Ceará, casos envolvendo a variante Delta já foram confirmados em Fortaleza, Itapipoca e Sobral. Como Quixadá é uma cidade com grande população flutuante, composta por estudantes, viajantes, turistas e trabalhadores, vindos de todos as regiões do Ceará, não é considerado difícil que a variante Delta possa ser detectada em breve, o que deve abrir uma nova e difícil fronteira da luta contra o vírus.

Enquanto essa possibilidade não se torna real, porém, e as autoridades estaduais e municipais dão permissões oficiais, o comércio noturno em Quixadá aproveita para respirar depois de tantos meses de dificuldades.

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