Briga judicial por dinheiro da Maternidade de Quixadá continua ameaçando serviços essenciais de saúde

Entrada da Maternidade Jesus Maria e José, em Quixadá.

O médico Ricardo Silveira tem submetido o Hospital Maternidade Jesus Maria e José (HMJMJ) a uma enorme pressão por dinheiro. Na justiça, o cardiologista exige ser indenizado pela instituição filantrópica em valores vultuosos. O processo está em fase final e a decisão do Poder Judiciário deve sair em breve.

A batalha travada na 1ª Vara da Comarca de Quixadá continua, mesmo após o contrato entre as partes ter expirado no dia 20 de maio deste ano.

Os dirigentes da maternidade desejam, obviamente, que Ricardo Silveira não ganhe a causa, mas se preocupam com uma decisão neste sentido, pois ela acarretaria prejuízo extremamente danoso ao funcionamento da instituição.

A maternidade presta serviços de saúde essenciais ao município de Quixadá, no Sertão Central, dentre eles o de obstetrícia, e não atua visando lucro financeiro. Apesar disso, virou alvo do médico depois que este viu o Bispo Dom Ângelo Pignoli manifestar preocupação com um contrato entre o médico e a instituição, celebrado antes de sua gestão como diretor presidente.

Médico Ricardo Silveira.

Através de uma empresa que montou com o próprio irmão, Ricardo Silveira pretendia, ao que parece, transformar um Hospital do Coração de Quixadá, projeto anexo à maternidade, em uma máquina para encher seus bolsos de dinheiro. No esquema empresarial montado pelo médico, 65% dos lucros dos serviços ofertados seriam abocanhados por ele e, em contrapartida, 95% das despesas ficariam a cargo da maternidade.

Percebendo a ousadia do médico, Dom Ângelo tentou, pacificamente, sem embate judicial, colocar um fim ao contrato. Ricardo Silveira não aceitou e passou a brigar na Justiça contra a instituição filantrópica, uma das mais importantes da cidade.

Doutor Ricardo, como é mais conhecido, afirma que gastou dinheiro na construção de um prédio onde o empreendimento cardiológico funcionaria. O Bispo diz que é mentira, e que o prédio foi construído com dinheiro de doações e com recursos da Unicatólica. Mas o médico quer o dinheiro da indenização a todo custo.

Agora, a maternidade se vê ameaçada de ficar com o prejuízo não apenas dos últimos 10 anos, com um anexo que nunca funcionou por causa dos valores excessivos cobrados por Ricardo Silveira, mas também pela possibilidade de ser obrigada a retirar, para indenização que considera injusta, dinheiro que deveria ser usado para manter os serviços funcionando.

Doutor Ricardo se apresenta como pré-candidato à prefeitura. Se conseguir arrancar dinheiro da maternidade, possivelmente usará em sua campanha os valores vultuosos; valores que a maternidade poderia usar na manutenção dos seus serviços essenciais. Está nas mãos da justiça decidir se o médico bolsonarista vai conseguir dar ou não esse duro golpe na instituição quixadaense.


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