Procuramos preencher os vazios mais profundos de nossa alma com coisas que nos trazem prazeres momentâneos: Drogas, álcool, sexo, festas, violência. Tudo isso são estratagemas que encontramos para elevar os níveis de endorfina, dopamina e serotonina em nosso corpo e, com isso, ter euforia momentânea que nos dá muita alegria por um curto período de tempo. Acontece que os efeitos dessas substâncias passam e depois voltamos a pensar sobre nossos problemas, sobre nossas frustrações e sobre o que somos e o que viemos fazer aqui no mundo.
Fato corriqueiro na vida de jovens e adultos nos dias de hoje é enfrentar as bad’s. Para quem não é familiarizado com o tema, a palavra bad nada mais significa que uma tristeza profunda e sem sentido que não se sabe o motivo, mas que faz você se sentir vazio e sem importância. Estratégias e mais estratégias são empregadas para evitar e vencer esse problema. Posso falar o que funciona comigo, mas cada um tem o seu jeito de viver e por isso cada um tem uma forma diferente de se comportar diante da dificuldade.
Meu maior medo é o de ficar sozinho. De ninguém olhar para mim, de não repararem no que eu faço e de eu me sentir sem importância no mundo e abandonado por meus melhores amigos. Acho que esse é também o medo de todo mundo. Vivemos de amor e por amor e o simples pensamento de não sermos amados e/ou valorizados por aqueles a quem amamos estarrece nosso âmago e nos arrebenta mentalmente. Mas a tristeza, embora não seja prazerosa, nos ajuda a refletir e por isso devemos aproveitá-la para pensar em como podemos ser melhores com os outros, mas principalmente conosco.
Da última vez que eu me entristeci eu descobri um método que funciona comigo e, ao falar para outras pessoas, descobri que o método é mais efetivo do que eu pensava. Trata-se de uma ação simples e nada prazerosa, mas que me ajudou a enfrentar esse problema e a sair dele. Eu olhei a tristeza nos olhos e venci. O método se chama: arrumar a casa. Ceticismo não é bem-vindo aqui e, por mais que seja uma ação que envolve bastante esforço e, principalmente, paciência, ela demonstra resultados quase que imediatos no tratamento da soturnidade.
Promover uma faxina por fora, nos auxilia em nossa faxina por dentro. Organizar a casa por fora, nos ajuda a nos organizarmos por dentro. Limpar a casa colabora com nossa limpeza de más sensações e maus sentimentos. Mas não faça isso sob o olhar de outras pessoas. Para que o método seja ainda mais efetivo ele deve ser administrado desacompanhado, quase eremiticamente. Enquanto se conduz o tratamento aproveite para colocar a melhor música que você já ouviu em sua vida. Quanto mais vezes você já a tiver ouvido, melhor. Ao colocar a música comece a limpeza varrendo a casa. É importante porque sua vassoura será também o seu microfone e o seu parceiro de dança. Não se importando com os julgamentos alheios nosso show fica ainda melhor para acontecer. Não se importe se você não canta bem, se não dança bem, pois o importante é viver bem e para isso, nada melhor do que uma boa música e uma boa rebolada.
Cuidar da casa dá trabalho, mas pode ser feito 2, 3 vezes por semana. Cuidar de si mesmo é um trabalho que tem que ser feito diuturnamente e sem interrupções. Não podemos fingir que não estamos sujos por dentro, que não há nada para se preocupar e nem nada para limpar. Precisamos colocar para fora tudo aquilo que nos aflige, tirar da nossa casa mesmo para depois disso podermos ser felizes de verdade. Devemos deixar o passado no passado, mas nos reconciliar com ele. Lembrar dos momentos que fomos felizes e, com um sentimento de nostalgia, curti-lo novamente. Lembrar das pessoas que passaram por nossas vidas, que moldaram nosso caráter, que nos ensinaram lições muitas vezes dolorosas, mas que nos transformaram profundamente. Vencer a si mesmo e se permitir sofrer de vez em quando é importante para gozarmos de momentos de felicidade em nossas vidas.
Dedique um tempo para fazer o que gosta e pelo menos um momento no seu dia para aprender ou fazer algo novo. Sua vida terá mais experiências prazerosas e você se manterá feliz por mais tempo. E o mais importante de tudo isso é nunca parar. NUNCA PARE! Não pare de crescer, não pare de acreditar, não pare de estudar, não pare de sonhar, não pare de crescer. A tônica da vida é nos mantermos em movimento e para isso é necessário dar o primeiro passo.
Felizes aqueles que não precisam expor que são felizes, pois a sua felicidade reside dentro deles mesmos. Seja suficiente para si mesmo e seja feliz sem medida.
Diogo Bernardino é servidor público e escreve eventualmente para o Diário de Quixadá.
