“Vocês já viram um aleijado fazer algo bom?”, pergunta militante a Ilário Marques em live

Ilário Marques, prefeito de Quixadá, sentado ao lado de trabalhadores na restauração do prédio que se tornou o Galpão Cultural.

O nível de ódio encontrado nas redes sociais, especialmente no contexto de disputas eleitorais, às vezes consegue surpreender até quem já está acostumado a lidar com este ambiente.

Nesta terça-feira (13), por exemplo, o comportamento de usuários do Instagram chamou atenção durante transmissão ao vivo de uma reunião realizada pela campanha do candidato Ilário Marques (PT) no bairro Alto São Francisco, em Quixadá.

Insultos, provocações, ofensas graves e até ataques à dignidade humana foram vistos por quem acompanhava a transmissão, que durou menos de uma hora.

Preferimos não reproduzir todas as frases por entendê-las indignas de serem repetidas. Citamos aqui apenas um exemplo que serve de parâmetro para medir o nível de baixaria, preconceito, degradação moral e disposição para o desprezo ao próximo e à condição humana a que alguns militantes se entregam.

“Vocês já viram um aleijado fazer algo bom?”, pergunta militante a Ilário Marques em live.

Um usuário identificado como “Junior”, e cuja foto de perfil destaca o número da campanha de um dos adversários de Ilário Marques, pergunta no espaço de comentários da transmissão: “Vocês já viram um aleijado fazer algo bom?”

A pergunta está envolta de preconceito e ignorância. O regime nazista também desprezava pessoas com deficiência e uma de suas faces mais monstruosas estava relacionada com o descarte destas pessoas como despesas desnecessárias ao estado nacional. Questionar publicamente a utilidade de um deficiente e sua capacidade para realizar “algo bom” equivale a descer a um nível nazista de pensamento, indigno de uma sociedade moderna, civilizada e regida por leis.

Não é a primeira vez que Ilário recebe ataques por causa de sua deficiência. Dias atrás, durante uma concentração de militantes, uma personagem imitando sua deficiência e usando bengala, chamada pelo locutor da campanha de “prefeitinho”, recebia chutes e acabava caindo, enquanto os militantes esbanjavam gargalhadas.

Em 2006, Ilário Marques ficou gravemente ferido após o helicóptero em que estava sofrer pane e cair. Após longa recuperação, voltou a andar, mas precisa usar bengala para se equilibrar com mais firmeza.

A continuidade do uso de insultos e provocações preconceituosas, além de manchar uma campanha, é digna de repúdio e plena punição por todos os meios legais cabíveis.


Compartilha:

Veja Mais