Servidor público que não devolver auxílio emergencial poderá ter valor descontado do salário de junho

Servidor público que não devolver auxílio emergencial poderá ter valor descontado do salário de junho.

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao presidente do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE/CE), José Valdomiro Távora de Castro Júnior, a adoção de medida para garantir a devolução aos cofres públicos dos valores gastos com o pagamento irregular de auxílio emergencial a servidores públicos de municípios cearenses e do governo do estado.

A recomendação do MPF é para que o TCE determine que seja efetuado o desconto no contracheque dos servidores que receberam indevidamente o auxílio emergencial de R$ 600 e que não fizerem a devolução por meio da Guia de Recolhimento da União (GRU) até a data de fechamento da folha de pagamento referente a junho.

Somente tem direito ao benefício pessoas sem emprego formal ativo, entretanto, de acordo com dados divulgados pelo TCE e pela Controladoria-Geral da União (CGU), 24.232 servidores públicos estaduais e municipais no Ceará teriam sido beneficiados com o auxílio emergencial pago pelo governo federal em função da pandemia da covid-19. Juntos, esses servidores teriam recebido R$ 16.519.200,00.

Em apenas quatro municípios não foram registradas ocorrências: Campos Sales, Hidrolândia, Jardim e São Benedito.

Em Quixadá, 340 servidores poderão ter que devolver o dinheiro aos cofres federais. Em Quixeramobim foram 186; em Ibicuitinga 42; em Ibaretama 25; em Senador Pompeu 22; em Boa Viagem 200; em Banabuiú 70.

Os atos de solicitação e de recebimento do auxílio emergencial, por meio da declaração de informações falsas em sistemas oficiais de solicitação do supracitado benefício, podem, como ressalva o procurador da República Oscar Costa Filho, configurar os crimes de estelionato e de falsidade ideológica, além de caracterizar possíveis infrações disciplinares previstas na legislação estadual e em leis orgânicas municipais.

Na recomendação ao TCE, o procurador da República estabeleceu o prazo de 72 horas para que o presidente do Tribunal se manifeste sobre o atendimento à recomendação.


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