Testar o máximo de pessoas possíveis e promover seu isolamento domiciliar nos casos suspeitos ou confirmados de covid-19 e criar um sistema de acompanhamento individual do quadro clínico dos pacientes, é ação essencial no combate ao novo coronavírus. Sem ela, os especialistas em saúde afirmam que não há como propor medidas relacionadas à prevenção e ao prognóstico da infecção.
Os testes sorológicos por imunocromatografia, os chamados testes rápidos (TR), são preconizados pelo Ministério da Saúde como ferramenta complementar ao diagnóstico do vírus Sars-CoV-2 e tem sido os mais usados pelas secretarias de saúde nas prefeituras do Brasil.
O TR pode ser realizado com amostras de sangue total, soro ou plasma e seu resultado sai em aproximadamente 15 minutos. A possibilidade de infecção, no entanto, não pode ser descartada por um resultado negativo. Isso porque a produção de anticorpos, no início da doença, pode não ter sido detectada pelo TR, ocasionando o falso negativo. Em casos assim, sugere-se a repetição do teste, para a confirmação, ou não, da ausência da infecção.
Quixeramobim, no Sertão Central, tem testado pouco sua população. Segundo o IBGE, o município possui população estimada em 82.082 pessoas, mas os dados epidemiológicos da Secretaria de Saúde local mostram que, desde o início da pandemia, apenas 1.571 pessoas foram testadas. Em comparação, Banabuiú, que possui população estimada de apenas 18.197 pessoas, já aplicou mais de 1 mil testes.
Outro vizinho, Quixadá, com população estimada em 87.728, efetuou quase 5 mil testes, várias vezes mais do que Quixeramobim.
Quanto menos se testa, menos casos novos são detectados, é verdade, o que gera sub-notificação. Não testar o quanto for possível pode servir para maquiar a situação, mostrando taxas menores de contágio, mas isto não é política de saúde. É necessário que as equipes municipais organizem critérios para aproveitamento dos recursos limitados para combater a pandemia, incluindo, obviamente, determinar quais grupos testar, organizando-os em escalas de prioridade. No combate ao vírus, a ideia que vai na linha de defender a vida é testar mais, não menos.
Gooldemberg Saraiva
Contato: [email protected] / (88) 997285254