O município de Quixadá registrou mais de 100 novos casos de covid-19 nas primeiras duas semanas de janeiro de 2021, de acordo com os boletins epidemiológicos da secretaria de saúde local.
Apenas entre os dias 06 a 14 de janeiro foram confirmados 84 novos casos da doença. O número de pessoas em isolamento domiciliar também explodiu, passando de 25 no dia 06 de janeiro para 187 nesta quinta-feira (14), número 7 vezes maior do que o anterior.
Apesar do aumento nos novos casos, a prefeitura desativou o serviço de coleta domiciliar de material para exames e descontinuou o acompanhamento individual nas residências dos pacientes. Agora, exames são feitos exclusivamente na UPA, o que aumenta a possibilidade de pessoas contaminadas, mas assintomáticas, de terem contato com o equipamento de saúde. Profissionais da saúde que lutaram contra a covid em 2020 em seus momentos mais críticos veem com preocupação a estratégia da nova gestão municipal.
O novo prefeito, Ricardo Silveira, que é médico, também reduziu o quadro de profissionais na UPA e retirou 40% de insalubridade daqueles que atuam na linha de frente do combate à pandemia. Na primeira semana de governo, o gestor divulgou fotos junto a um comitê de enfrentamento à covid, formado por profissionais de saúde, porém, até agora, absolutamente nenhuma medida prática foi anunciada.
A nova gestão não divulgou qualquer decreto com orientações sobre o que é permitido ou proibido neste período e não há, por enquanto, nenhuma fiscalização contra aglomerações ou outras violações às normas sanitárias. Na semana passada, o próprio prefeito foi gravado dançando forró em uma fazenda, ao lado de um grupo de pessoas, sem usar máscara. Não muito diferente disso, a cidade vê os casos aumentarem, mas vive como se a pandemia já tivesse acabado. É evidente que o Ministério Público do Ceará precisa começar a fazer suas costumeiras recomendações.
