O DQ está recebendo informações de que circula uma ordem interna na Secretaria de Educação de Quixadá determinando que os estoques de merenda escolar deixados pela gestão Ilário Marques sejam zerados o mais rapidamente possível em todas as escolas do município.
Uma espécie de Operação Estoque Zero teria sido deflagrada pela gestão interina. Para alcançar o objetivo, diretores, professores e funcionários em geral teriam sido autorizados a consumir, junto com os alunos, a merenda escolar. Alguns servidores falam até que é possível levar para casa o que estiver “sobrando”.
A existência da orientação foi trazida ao DQ por servidores que trabalham em duas escolas e uma creche localizadas em diferentes regionais educacionais, e que se disseram espantados.
Consultados sobre qual poderia ser a intenção da gestão ao empreender tal tipo de mobilização esquisita, servidores experientes explicam que, depois do estoque zerado, a secretaria poderia alegar emergência e passar a comprar merenda com dispensa de licitação. Seria, também, uma forma de tentar desgastar politicamente o prefeito Ilário Marques ao apresentar ao público a falsa ideia de que o município foi deixado por ele sem merenda escolar.
Uma lista com dezenas de nomes que devem ser exonerados dos núcleos gestores das escolas municipais também estaria pronta.
Em junho deste ano, o DQ publicou matéria mostrando que o município de Quixadá oferece às mais de 12 mil crianças e adolescentes da sua rede pública de ensino uma das melhores merendas escolares do Ceará, resultado alcançado, em parte, graças a uma exitosa parceria com agricultores familiares.
Por um lado, os agricultores estavam recebendo incentivo para produzir e, por outro, o município estava abrindo suas portas para comprar e consumir a produção. O resultado era uma merenda escolar balanceada, que permitia aos estudantes se alimentarem corretamente.
A denunciada tentativa de zerar o estoque de merenda escolar em Quixadá, a troco dos benefícios de se fazer compra com dispensa de licitação e para finalidades politiqueiras, pode ser descrita como um dos atos mais imorais e covardes de que se tem notícia ultimamente. O estômago de crianças, várias delas de famílias pobres, não pode ser usado como peça de joguinhos políticos.
