Mídias controladas pelos irmãos Silveira em Quixadá divulgaram, na tarde desta terça-feira (25), que o pré-candidato da família, o médico bolsonarista Ricardo Silveira (PSD), estaria na frente dos demais pré-candidatos.
Mas a pesquisa divulgada apresenta alguns problemas que levantam dúvidas sobre sua existência. Primeiro, ela não possui fonte. Não se diz quem a fez, onde foi feita, qual o período abrangido e, para piorar, nem mesmo quais são os números de cada pré-candidato.
Diz-se apenas que se trata de uma pesquisa interna. Mas interna de onde? De algum partido? Da rádio Monólitos, talvez? Interna da casa do Doutor Ricardo? Interna de algum grupo bolsonarista de Whatsapp? Não se sabe. É interna de algum lugar e quem quiser que acredite.
Já o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que, em 2020, ainda não foi registrada nenhuma pesquisa de intenção de votos em Quixadá.
No dia 10 de agosto, outra suposta pesquisa também teria apontado Ricardo Silveira como favorito na corrida eleitoral. Mas ela tampouco existia. Teria sido feita pelo Exacta – Instituto de Pesquisas e Consultoria LTDA. Mas a Receita Federal mostra que o instituto está desativado desde 2016.
Em 2016, partidários do médico fizeram circular nas redes sociais áudios sobre pesquisas falsas que o colocavam à frente da disputa. No final, Ricardo Silveira perdeu para Ilário Marques (PT) com uma diferença de 6.210 votos.
A divulgação de pesquisas eleitorais falsas é crime. Os responsáveis estão sujeitos a aplicação de multa no valor de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00, e de 6 meses a 1 ano de detenção. A exploração de pesquisas falsas, sem fonte, por pré-candidatos em Quixadá, não merece alguma atenção do Ministério Público? A tendência até o dia da eleição é que a quantidade de informações desse tipo se multiplique se não houver algum tipo de intervenção das autoridades fiscalizadoras e moderadoras.
Perdeu apoios importantes
Ricardo Silveira perdeu apoios importantes em Quixadá desde 2016. Hoje ele não conta mais com a parceria política de José Nilson, que foi candidato a vice em sua chapa naquele ano. Sergio Onofre, que foi seu coordenador de campanha em 2016, hoje é pré-candidato pelo Cidadania e tem dito que não vai abrir mão de registrar sua candidatura. Lideranças locais em vários distritos e bairros, que em 2016 lhe ofereceram apoio, também não o apoiam na disputa desse ano. O médico tem preferido não participar de debates com os demais pré-candidatos.
