O município de Choró, no Sertão Central, comemorou na madrugada desta quarta-feira, 27, seus 27 anos de emancipação política e administrativa com uma festa em praça pública. A banda Solteirões do Forró com o Zé Cantor animou o público durante quase três horas de apresentação. Bandas regionais também participaram. Mas a festa que poderia ter sido bonita e agradável para todos, foi marcada por muita confusão, brigas e até assassinato a bala.
O pescador Roberto Jailton Pinheiro, de 24 anos, foi morto com três tiros: na cabeça, no braço e no peito. Policiais que estavam no evento foram em direção ao local do crime, na Rua João Vital Sobrinho, na Praça Central, mas não conseguiram prender o autor dos disparos. A correria das pessoas foi grande após os tiros, o que poderia ter resultado em mais danos.
Uma segunda pessoa, uma agricultora, foi atingida por um tiro de raspão no joelho. Ela foi socorrida ao hospital local e não corre risco de morte em decorrência do ferimento.
Antes do assassinato, que ocorreu por volta de 5 horas da manhã, brigas já haviam acontecido no local do evento. Numa delas Zé Cantor precisou intervir do palco para acalmar os ânimos, pedindo tranquilidade a todos.
FALHAS DA ORGANIZAÇÃO
A organização do evento, que era da prefeitura de Choró, cometeu dois erros graves que Quixadá, por exemplo, já aprendeu a evitar: festas do tipo precisam ter (1) mais investimento em segurança particular, com barreiras de acesso ao local do evento e revista minuciosa de quem entra no espaço; apenas a Polícia Militar, que tem papel essencial e presta relevante serviço, não é suficiente para garantir maior ordem; (2) a festa precisa ter hora para terminar, e não pode virar a noite até de manhã, como ocorreu em Choró. O desejo do prefeito de agradar o público, esticando o evento, não vale a pena. A experiência tem mostrado que, após as 3 horas da madrugada, a festa tem imenso potencial de sair do controle.
Estas são medidas que, embora não garantam 100% que crimes como assassinato não acontecerão no evento, ajudam a minimizar a possibilidade. Por outro lado, um espaço aberto, sem maior esforço de controle, sem revista, com bebida alcoólica à vontade, é espaço onde absolutamente tudo pode acontecer.