Em novo pedido à justiça, Ricardo Silveira resiste a fim de contrato que maternidade considera criminoso

Em novo pedido à justiça, Ricardo Silveira resiste a fim de contrato que maternidade considera criminoso.

Em processo que tramita em segredo de justiça na 1ª Vara da Comarca de Quixadá, submetido ao juiz Welithon Alves de Mesquita, o Hospital Maternidade Jesus Maria e José (HMJMJ) acusa o médico Ricardo Silveira de tentar se enriquecer ilicitamente através de um contrato com a instituição filantrópica.

O médico e a maternidade celebraram contrato ainda em 2010 para oferecimento de serviços de cardiologia. Um prédio anexo à maternidade foi construído para viabilizar a execução do objeto do contrato. Mas os serviços jamais foram ofertados. Assim que chegou à Diocese de Quixadá, o Bispo Dom Ângelo Pignoli avaliou que os termos do contrato favoreciam exageradamente o médico Ricardo Silveira e causavam danos financeiros à maternidade.

De fato, como revelam os autos do processo, no esquema empresarial montado pelo médico em associação com um de seus irmãos, 65% dos lucros dos serviços ofertados seriam abocanhados por ele e, em contrapartida, 95% das despesas ficariam a cargo da maternidade.

O contrato encerrou em 20 de maio deste ano e, antes do encerramento, a maternidade informou ao juiz que, embora o contrato estivesse sob o crivo do poder judiciário, não havia mais interesse em renová-lo com o médico.

No último dia 10 de agosto, porém, os advogados Paulo Napoleão Gonçalvez Quezado e Marcelo Holanda Luz, representantes da empresa de Ricardo Silveira, denominada Centro Integrado de Cardiologia, solicitaram ao juiz que desconsiderasse a manifestação de desinteresse da maternidade pela renovação do contrato. Argumentam que a questão está sob o crivo da justiça, que é quem deve decidir a questão. Renovam também os termos da reconvenção, ação na qual pretendem transformar a maternidade em ré no processo.

O pedido pode representar, pois, resistência por parte de Ricardo Silveira para encerrar o contrato que a maternidade considera criminoso. Ele se apresenta como pré-candidato a prefeito de Quixadá nas eleições deste ano e não são poucos os observadores que especulam qual seria o futuro da maternidade numa hipotética administração sua. Atualmente, a prefeitura de Quixadá repassa quase R$ 1 milhão por mês para a instituição continuar a ofertar serviços essenciais de saúde no município. Em toda a sua história, o equipamento construído por Dom Adélio Tomasim nunca viveu ameaça semelhante ao seu funcionamento pleno.


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