Conselheiro do prefeito do Eusébio dá as cartas na prefeitura de Quixadá; jornalistas apontam para “ligações duvidosas”

João Paulo, ao lado de seus cabeças políticos, o prefeito de Eusébio, Dr. Acilon, e seu filho, Bruno Gonçalves. (Foto: reprodução/Facebook)

“Ligações duvidosas”. É desta forma que os jornalistas Carlos Silva e Satiro Salles, com atuação no Jornal Alerta Geral, na Rádio FM 104.3, Expresso Grande Fortaleza, descrevem o que pode ser entendido como relação de submissão do prefeito interino de Quixadá, João Paulo de Menezes Furtado, ao comando de Acilon Gonçalves, prefeito do município de Eusébio.

Acilon é pai do Deputado Estadual Bruno Gonçalves, para quem João Paulo pediu votos em Quixadá na eleição deste ano.

Em matéria publicada no site Ceará Agora, os comunicadores afirmam que o “elo de ligação” entre Acilon e João Paulo é um homem de nome Tarcísio Mota. Segundo relatam, este Tarcísio é quem dá as cartas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Eusébio e é conselheiro especial de Acilon, desfrutando de grande influência naquele município.

Em Quixadá, servidores públicos já haviam relatado ao DQ que Tarcísio circula na prefeitura, dá ordens e orientações e até realiza reuniões com os secretários. É ele quem resolve tudo sobre exonerações, ações, nomeações e decretos. Atua praticamente como prefeito interino do prefeito interino, mas sem assinar nenhum documento, pois não está oficialmente nomeado para nada. Em harmonia com isto, o jornalista Carlos Silva revela que Tarcísio “trabalha nos bastidores” na Terra dos Monólitos.

Sob influência deste poder de fora de Quixadá é que João Paulo deu as costas para os aliados políticos locais que o levaram a ser eleito como vice-prefeito em 2016. Ele demitiu todo o secretariado de Ilário Marques, afastado cautelarmente no âmbito de um inquérito do Ministério Público; nomeou para as pastas pessoas de outros municípios e passou a realizar várias sindicâncias buscando possíveis irregularidades na gestão afastada.

Os esforços de João Paulo contra Ilário Marques visam, obviamente, a permanência no poder. Em tudo isto, o prefeito interino age sob o olhar de Tarcísio Mota que, por sua vez, se submete a Acilon Gonçalves. É como se a prefeitura de Quixadá, hoje, estivesse sob o comando de outra prefeitura, uma situação inusitada.

Esta ligação entre as administrações de Quixadá e Eusébio acabou ‘preocupando o grupo político de Acilon’, e tem gerado dor de cabeça para o poderoso gestor do Eusébio, afirma Carlos Silva.

De fato, a gestão interina de Quixadá é problemática e tem sido um desastre do ponto de vista da eficiência administrativa. Para se ter uma ideia do caos provocado pelas relações de poder e pela ânsia de controle sobre Quixadá que se seguiram ao afastamento de Ilário Marques, no hospital Eudásio Barroso – que é referência para a região -, são os acompanhantes dos pacientes que estão varrendo os quartos em que acontecem as internações. João Paulo, não se sabe se sob comando do Eusébio, demitiu todos os funcionários que faziam a limpeza.

Além disto, o Ministério Público Estadual, através da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), deve agir em breve contra o próprio João Paulo, num desdobramento da Operação Fiel da Balança, realizada em agosto. A mesma operação que resultou em o vice-prefeito de Quixadá ser levado ao poder pode acabar, curiosamente, obrigando-o a dar uma série de explicações à justiça.

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O jornalista Carlos Silva afirma que o prefeito do Eusébio “enfrenta contratempos e os administra internamente para neutralizar desgastes”. Além dos problemas com Quixadá, Acilon também lida com a fiscalização do Tribunal de Contas do Estado, que impediu o plano da prefeitura do Eusébio de gastar quase R$ 20 milhões com coleta de lixo. A presença de irregularidades no edital da licitação de contratação da empresa do lixo motivou a suspensão do processo licitatório pelo pleno do TCE.

Acilon monta projeto para 2022, mas lixo no Eusébio e ligações duvidosas podem frustrá-lo, afirmam jornalistas do site Ceará Agora.

“Acilon tem que se manter de olhos bem abertos, sob pena de se envolver em algo que pode manchar sua biografia”, finaliza Carlos Silva. O político, segundo o jornalista, tem pretensões de ser candidato a governador do Ceará ou ao senado em 2022, mas as “ligações duvidosas” com Quixadá tem potencial para frustrá-lo.


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