A Quixadaense Mariana Goés, 18 anos, ainda aguarda por justiça cinco meses depois de ter sido espancada pelo ex-namorado. Ela contou aqui, no Diário de Quixadá, sua dolorosa experiência ao lado do empresário quixeramobiense Kássio Robson Silva Pinheiro, de 27 anos. O caso produziu forte reação da sociedade.
A violência sofrida por Mariana chegou ao ponto máximo quando, no dia 28 de outubro de 2017, ela foi agredida de tal forma que foi necessário uma intervenção cirúrgica para recuperar seu rosto. Oito mil reais foram gastos para implantar quatro placas e vinte parafusos nos ossos de sua face. O acusado chegou a ser preso, mas foi liberado apenas um dia depois.
Desde então, Mariana tem enfrentado uma estrada judicial penosa em busca de justiça. Até hoje, porém, nenhuma reparação, nenhuma punição ao acusado. O processo corre em segredo de justiça na Comarca de Quixadá. Sem condições para bancar advogado para dar mais agilidade à sua causa, Mariana segue esperando pelo andar lento de Têmis, a deusa grega de balança na mão.
No dia 6 de abril, Mariana publicou em seu perfil no Facebook um desabafo sobre a situação. Lá, fez referência ao que chamou de “torturas psicológicas, calúnias, humilhações, agressões físicas e traições” que diz ter sofrido nas mãos do ex-companheiro. A publicação foi curtida e comentada pela Juíza Ana Cláudia Gomes de Melo, da 2º Vara da Comarca de Quixadá, que disse: “Admiro sua coragem! Força! Estamos com você. Mexeu com uma mexeu com todas.”
A lentidão do avanço do caso de Mariana na Justiça tem efeito negativo na luta contra a violência doméstica. A falta de agilidade para reconhecer-lhe os direitos violados é, em si mesma, uma forma de injustiça. Dá a sensação de que a balança pesa mais a favor da impunidade. Mariana e as mulheres merecem mais.
Desabafo de Mariana no Facebook: