O vice-prefeito de Quixadá, João Paulo de Menezes Furtado, será processado por crimes de discriminação de gênero e cor. A autora da ação é a candidata a vereadora Lírida Machado. Ela é filiada ao PTB, partido presidido por João Paulo em Quixadá.
De acordo com relato de Lírida ao DQ, sua filiação e decisão de concorrer ao cargo de vereadora pelo PTB aconteceu no contexto em que João Paulo seria o candidato a prefeito da sigla. Mas ele desistiu da candidatura para apoiar o médico Ricardo Silveira (PSD), com o qual colocou o PTB em coligação.
Segundo Lírida, determinação da direção nacional do PTB impede o partido de se coligar com o PSD. Ela, então, optou por não apoiar Ricardo Silveira.
Dos nove candidatos do PTB em Quixadá ao parlamento, sete acompanharam João Paulo em sua decisão. Apenas Lírida e o candidato Bezaliel Moura não concordaram. Inicialmente, João Paulo teria assegurado a Lírida que não tentaria prejudicá-la, mas depois assinou notificação informando sobre investigação contra Lírida por infidelidade partidária.
O estranho, segundo Lírida, é que a mesma ação não foi feita em relação ao candidato Bezaliel. “Por que? Porque ele é homem? Porque ele é branco? Ele só quis prejudicar a mim porque sou mulher e negra?”, indaga. A advogada da candidata identificou no comportamento de João Paulo, que chegou a ir até a casa de Lírida e enviar áudios, crimes de discriminação de gênero e cor.
“Eles batem tanto no Ilário por questões de perseguição, e aí olha só: o principal aliado do Ricardo está me perseguindo e querendo tirar meu direito de concorrer”, desabafa Lírida, que atualmente manifesta desejo de apoiar o candidato do Cidadania, Sergio Onofre.
Ainda segundo ela revela, João Paulo e Ricardo Silveira teriam montado um plano para impedi-la de ter êxito em sua campanha eleitoral. “Mas eles mexeram com a pessoa errada. Eu não sou uma leiga e sei me defender”, explica.
