Arrogância e Impaciência? Advogados humilham estagiários do fórum de Quixadá e os levam ao choro; empatia resolve

Fórum Desembargador Avelar Rocha, em Quixadá.

A arrogância e a impaciência quase sempre são responsáveis por situações de constrangimento nos mais diversos ambientes de trabalho. Na correria da busca pelos próprios interesses, homens e mulheres cheios de si costumam atropelar os bons modos, o trato educado e a elegância sempre bem vindas nas relações entre os seres humanos. A humildade e a compreensão das limitações alheias são remédios para curar essas más qualidades e os prejuízos de toda ordem que elas causam.

Este site tomou conhecimento de que, no Fórum Desembargador Avelar Rocha, em Quixadá, alguns advogados chegam ao ponto de humilhar estagiários que trabalham no atendimento. Alguns deles ficam tão esgotados emocionalmente que desabam a chorar.

A situação foi tratada na semana passada, na presença do Juiz da 1ª e 2ª Varas da Comarca, Dr. Welithon Alves de Mesquita, e do presidente da seccional da OAB, Dr. Davi Pordeus. Acompanharam os relatos servidores de chefia no fórum e outros advogados. As falas revelando os casos de humilhação de estagiários foram gravadas pelo sistema oficial de registro de informações do fórum.

Dr. Davi Pordeus, presidente da seccional da OAB, dirige a palavra ao Dr. Welithon Alves de Mesquita, juiz da Comarca de Quixadá.

Felizmente, estes são casos que se restringem a uma minoria de profissionais. Geralmente são advogados que se impacientam com a demora ou com as limitações de pessoas que, por vezes, estão apenas aprendendo o ofício pelo qual vários destes próprios advogados já passaram. Para surpresa de todos, Dr. Welithon revelou que ele mesmo já trabalhou nos balcões de atendimento. Equilibrado, o juiz – que já tem 30 anos de experiência e hoje dirige os trabalhos do fórum, assegurou que há compromisso da sua equipe em prestar o melhor atendimento possível, mas que simples qualidades humanas como empatia ajudariam a resolver qualquer desordem do tipo.

O Dr. Davi Pordeus, então, lamentou a existência destes casos e expôs também sugestões práticas sobre como melhorar o atendimento.

Num clima de entendimento e civilidade, juiz, funcionários e advogados expuseram suas opiniões e acordaram fazer esforços no sentido de evitar situações de constrangimento para qualquer das partes.

O DQ apenas lembra: conhecimento não é educação. Você pode ser um arquivo ambulante de informações técnicas e jurídicas e ser, ainda assim, uma péssima pessoa, um mal educado. E isto vale para todos os lados. Na vida, o que realmente importa não é a velocidade ou a agilidade com que as coisas são feitas, mas as boas lembranças e bons sentimentos que elas deixam. Se há alguma coisa que se leva para depois da morte, talvez seja isto.

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Em contato posterior à publicação acima, o Dr. Davi Pordeus enviou nota para explicar que acredita ter se tratado apenas de um caso isolado e para afirmar que a prática não é típica da categoria, como o DQ já havia dito também.

A OAB/Quixadá, na pessoa de seu Presidente, Davi Pordeus, informa que na reunião com o Juiz Diretor do Foro da Comarca de Quixadá, Welinton Alves de Mesquita, no último dia 21/03, tomou conhecimento que um estagiário teria relatado que foi tratado com deselegância pelo advogado. Primeiramente, importante salientar que tratou-se de um caso isolado e que os advogados (as), em geral, zelam sempre pelo bom trato das relações, tratando todos os servidores com educação. Ademais, na mesma reunião foram oferecidas sugestões pela OAB/Quixadá para tentar solucionar as questões no atendimento, tanto ao profissional quanto ao jurisdicionado.


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