Um dos maiores escândalos do governo quixadaense entre os anos de 2013 e 2016 foi o mau uso de recursos federais que estavam destinados à construção de vários postos de saúde no município. Estes recursos vieram para contemplar projetos de construção das unidades, mas os gestores anteriores jamais depositaram os valores das contrapartidas. Não é possível dizer se esses valores foram desviados para outras finalidades ou se foram parar no bolso de alguém. O fato é que os administradores abandonaram as obras ainda em seu início, amontoando os chamados “elefantes brancos” em diversos bairros. Até hoje ninguém respondeu criminalmente.
As irregularidades geradas pelo comportamento suspeito com o dinheiro público lançaram Quixadá numa situação difícil, ficando o município impedido de captar mais recursos federais durante vários anos seguidos. Parte desses problemas, que desapareceram das mídias de oposição ao atual prefeito, ainda estão sendo solucionados pela administração que começou em 2017. Este, porém, é só um dos vários casos do tipo. Recursos federais foram desviados sem cerimônia naquele período nebuloso que lançou Quixadá num abismo fiscal e financeiro. Dinheiro que veio para construção de creches, por exemplo, simplesmente desapareceu.
A administração atual utilizou recursos próprios para concluir algumas dessas obras abandonadas. É o caso de unidades de saúde dos distritos de Juá e Juatama, entregues à população ainda no ano passado, e a do bairro Alto São Francisco que, depois de muitos anos, foi concluída e entregue à população em 2019. Em Juatama, um dos vereadores que deu suporte ao governo que abandonou a obra e que tem base eleitoral no local, critica o atual governo que, curiosamente, foi quem conseguiu recuperar o projeto que a gestão que ele apoiou abandonou. É o poste mijando no cachorro.
As unidades de saúde dos bairros São João e Califórnia (foto no topo) devem ser entregues logo. A do São João está pronta, restando apenas resolver problemas com a Enel.
O poder executivo quixadaense tenta, junto aos ministérios em Brasília, reaver o dinheiro próprio utilizado nas obras que deveriam ter sido concluídas com os recursos federais que foram paralisados e busca, judicialmente, a responsabilização dos culpados pelo abandono e desperdício de recursos públicos, o que dificilmente vai acontecer.
