O médico Ricardo Silveira é notório bolsonarista. Fez campanha para o atual presidente logo após abandonar o ex-senador Eunício Oliveira, líder do MDB no Ceará. Ele também deixou o MDB em seguida, partido pelo qual concorreu e perdeu as eleições municipais em Quixadá em 2016. Está atualmente sem partido. Um de seus irmãos, o empresário Amílcar Silveira, com atuação em Fortaleza e adjacências, preside o PSL no município, que é o partido de Bolsonaro.
Defensor do governo Bolsonaro, Ricardo Silveira parece querer proteger a imagem do aliado de todas as formas. As mídias da sua família ainda não deram uma palavra e nem escreveram uma linha sobre a crise que se abateu sobre o presidente da República na noite desta terça-feira, 29, quando o Jornal Nacional revelou que um dos apontados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, o conhecido miliciano Élcio de Queiroz, recebeu da casa de Bolsonaro autorização para entrar no condomínio do suspeito de assassinar a vereadora, o ex-PM Ronnie Lessa, no dia do crime.
A revelação fez com que Bolsonaro fosse acordado às pressas durante a madrugada na Arábia Saudita, onde gravou um vídeo, visivelmente abatido e nervoso, para se tentar se defender das fortíssimas suspeitas. O presidente atacou a Globo, o PT, o PSOL, o governador do Rio de Janeiro e até o PSL. Na mesma noite, depois da reportagem da Globo, seu filho, Eduardo Bolsonaro, usou a tribuna da Câmara dos Deputados em Brasília para ameaçar o Brasil com ditadura militar caso os brasileiros resolvam protestar nas ruas, como no Chile.
As mídias da família do médico Ricardo Silveira estão caladas sobre a crise. Ele afirma ser candidato a prefeito de Quixadá em 2020, e pelo que parece deseja transformar a Terra dos Monólitos num reduto bolsonarista no Sertão Central.
