Após passar 18 anos sendo acusado de praticar homicídio, quixadaense é julgado e inocentado

O quixadaense José Iran Sabino da Silva, 40, passou os últimos 18 anos carregando sobre os ombros uma acusação grave: ele teria participado, juntamente com seu irmão, Célio Sabino da Silva, do assassinato de Geraldo Pereira de Lima, ocorrido no dia 30 de julho de 2001, na Rua Santa Edwirges, bairro Campo Velho, nesta cidade.

A vítima foi morta com um golpe de faca na garganta, cuja autoria confessa foi de Célio Sabino, já falecido. No dia do crime, José Iran tentou apartar a briga entre seu irmão e a vítima e acabou sendo envolvido no caso como co-autor do homicídio. Ele estava sendo acusado de ter desferido uma pedrada na vítima, que teria caído e sido golpeada por Célio com uma facada na garganta.

Célio faleceu anos depois, mas o processo contra José Iran continuou e ele foi finalmente julgado nesta quinta-feira, 14.

Chama atenção o fato da acusação contra José Iran ter prosperado, embora o laudo cadavérico feito na vítima não tenha identificado nenhuma lesão decorrente de uma pedrada.

Diante da fragilidade da acusação, o representante do Ministério Público, Dr. Naelson Barros, pediu aos jurados que atentassem para a ausência de provas de que a vítima tenha sido agredida com uma pedrada. Esse promotor é conhecido por prezar pela credibilidade da acusação e não é a primeira vez que, em vez de pedir a condenação, ele sugere aos jurados a análise de informações que podem beneficiar o réu.

Os jurados reconheceram a existência do crime de homicídio contra Geraldo Pereira, mas absolveram José Iran da acusação de ter ajudado o verdadeiro autor do homicídio, seu irmão Célio Sabino, já falecido. Assim, 18 anos de espera terminaram para José Iran com o reconhecimento de sua inocência.

Esforço pela celeridade

O julgamento que resultou na absolvição de José Iran faz parte de um esforço do juiz da 1ª Vara da Comarca de Quixadá, Dr. Welithon Alves de Mesquita, para dar conclusão aos processos pendentes. Em dois ou três dias toda semana, dezenas de jurados se reúnem sob sua presidência para julgar crimes tentados ou consumados contra a vida.


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