O presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (MDB-CE), reagiu ao recado do presidente Michel Temer que ontem convidou a se retirar do partido quem se recusar a apoiar a candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles ao Palácio do Planalto.
Filiado há 45 anos no MDB, Eunício avisa, em entrevista ao Estado, que não vai seguir a recomendação. “Não vou sair e ninguém me tira.”
Eunício também criticou a política de preço dos combustíveis implantada pelo presidente da Petrobrás, Pedro Parente. “Entre os ‘Parentes’ e os consumidores eu vou ficar com os consumidores”, afirma.
REFLEXOS EM QUIXADÁ
A postura do presidente do senado é a senha para que os seus correligionários em todo o Ceará fiquem à vontade para não apoiar o candidato de Temer ao Palácio do Planalto. Além disto, está claro que Eunício vai votar em Camilo Santana para o governo do Estado.
Em Quixadá, o médico Ricardo Silveira é a pessoa que representa politicamente o governo Michel Temer. No entanto, está ligado ao senador Eunício, de quem recebeu um cargo na Fundação Nacional de Saúde. Não está claro se o médico vai se voltar contra Temer ou contra Eunício ou, ainda, contra os dois.
Observadores acreditam que Ricardo Silveira não se disporá a subir no palanque de Camilo Santana. As mídias de sua família batem em toda oportunidade no governo do petista. Sem Genecias Noronha com seu Solidariedade e sem Domingos Filho com seu PSD na oposição, o leque de possibilidades para o médico quixadaense se reduz. Restará, caso queira fazer oposição a Camilo nas eleições de 2018, apoiar o PSDB de Tasso.
Ficar neutro para tentar preservar o emprego na Funasa é outra opção. Mas aí deve contar com a desatenção de Temer e com a benção de Eunício, uma soma de fatores difícil de acontecer.
