Muito se fala de empreendedorismo no ambiente empresarial. Para o termo, diversas definições podem ser encontradas, no entanto, optamos pela definição de Babson College que afirma que “Empreendedorismo é uma forma de pensar em agir, guiada por visão holística e liderança, focada em agregar valor”.
Percebemos por ela, que o empreendedorismo está relacionado a fatores como liderança, motivação, criatividade, persistência, inovação e capacitação constante.
O Brasil é um país eminentemente empreendedor. Dados de uma pesquisa publicada pela revista Exame em 2015 afirmam que três em cada 10 brasileiros situados na faixa etária ente 18 e 64 anos possuíam empresa ou encontravam-se envoltos na criação de algum tipo de negócio próprio.
Este número, obtidos segundo dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) realizada no Brasil pelo SEBRAE em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), saltou de 23% em 2014 para 34,5% em 2015, ficando o Brasil em destaque mundial no que se refere à taxa de empreendedorismo, superando a China, os Estados Unidos, Reino Unido, Japão e França.
Este crescente número tem reflexo em algumas questões. A primeira delas se refere à formalização das empresas, que nos últimos anos foram facilitadas pela criação e ampliação do Simples Nacional e redução de tributos cobrados para aquelas que possuem faturamento de até R$ 3,6 milhões.
A segunda questão se refere ao sonho dos brasileiros de serem donos do seu próprio negócio. Este perfil de trabalhador é quase o dobro (31%) dos que tem como meta a construção de carreira (16%).
O terceiro ponto diz respeito às oportunidades de abrir seu próprio negócio e não pela “necessidade” de abri-lo. Este índice, no entanto, implica diretamente na qualidade do produto/serviço ofertado, já que a falta de emprego não se apresenta mais como motivo para tornar-se empresário.
Mas nem tudo são flores neste cenário de construção de um novo negócio. Uma significativa fatia de empresas que são abertas acabam decretando falência em menos de três anos de funcionamento.
Dentre os motivos que levam a este cenário podemos citar alguns básicos:
> Inexistência de fluxo de caixa na empresa;
> Falta de inovação e criatividade nos novos negócios o que leva o consumidor a não perceber agregação de valor no produto/serviço;
> Falta de conhecimentos de gestão – perfil básico exigido para o empreendedor nos dias atuais;
> Centralização de atividades e processos;
> Demora na reação aos problemas identificados (não se aplica o ciclo de melhoria constante nos processos e atividades).
Neste contexto, percebemos que muito ainda há de se caminhar para que possamos perceber o Brasil como um país empreendedor e “de sucesso”, meta almejada por todo aquele que sonha com o reconhecimento de ser um grande exemplo em sua área de atuação.
Gioconda Queiroz é administradora de empresas e escreve sobre gestão e negócios para o Diário de Quixadá.