A secretária de saúde de Quixadá, Juliana Câmara, revelou, nesta quarta-feira, 13, que a decisão pela decretação de Zona Especial de restrição no Centro da cidade, não aconteceu sem análise prévia profunda sobre os riscos de manter o tipo de isolamento mais brando que vinha sendo posto em prática antes.
Existe, por exemplo, o desafio de auxiliar nos dias de grandes fluxos de pessoas em virtude dos pagamentos do auxílio emergencial. A situação só melhorou na semana passada, após a prefeitura local realizar interferência junto à Caixa Econômica para isolar e organizar melhor o espaço. Mas uma semana antes, também durante pagamento de benefícios, multidões se aglomeraram nas ruas e calçadas.
Estava havendo, além disso, uma violação clara e aberta aos decretos de isolamento do estado e do município. Estabelecimentos mantinham todo o seu serviço funcionando apenas com meia porta aberta. O fluxo de pessoas não tinha diminuído. Os clientes chegavam, entravam, realizavam as mesmas atividades como se o isolamento social sequer existisse. Muitos lugares usaram a justificativa do delivery para driblar a fiscalização e continuar funcionando normalmente, violando as orientações das autoridades de saúde do estado.
Com este cenário, não poderia acontecer diferente: os casos de contaminação de moradores do Centro dispararam e o bairro passou a liderar em quantidade de casos confirmados da doença. Inclusive alguns comerciantes, pessoas que pertencem ao grupo de risco da covid-19, foram contaminados. Os casos estão sob monitoramento. A informação é da própria Juliana Câmara.
Para a gestora, se fosse mantido o ritmo anterior, as infecções se multiplicariam ainda mais rápido. Já não há mais leitos de UTI no Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim. “Em Fortaleza, até se você tiver dinheiro para pagar por um leito é difícil conseguir um”, disse Juliana. “Isso não é uma brincadeira. Nós já temos 3 óbitos de pessoas que eram queridas, com amigos, familiares. O esforço, e sabemos que isso exige muito de todos, é para impedir o máximo de mortes possíveis”, apontou.
A delimitação de isolamento em Zona Especial restrita no Centro de Quixadá se estende até 20 de maio.
