A técnica de enfermagem Maria Valdinete Saraiva, de 46 anos, viveu na noite deste sábado (24) um momento extremamente doloroso que, segundo familiares, abalou seu psicológico.
Enquanto assistia a passagem de uma carreata na frente do Ginásio Rinaldo Roger, Maria foi abordada pelo fisioterapeuta Gilmar Barros, que estava com amigos num bar localizado no ginásio, o “Bar da Lora”. Ele é conhecido militante de oposição a Ilário Marques (PT) e, atualmente, apoiador do médico Ricardo Silveira (PSD).
A estudante Laura, sobrinha de Maria, estava com ela na ocasião e explicou ao DQ o que aconteceu: “Ele abordou minha tia falando de uma pesquisa. Minha tia pediu para ele se afastar, pois ele estava sem máscara e ela está em tratamento, recuperando-se do câncer de mama. Dá para ver que ela está em tratamento, pois o cabelo dela ainda está crescendo de novo. Então ele retornou à mesa, onde estavam seus amigos médicos. Alguns minutos depois ele foi até a minha tia novamente e perguntou se ela havia passado recentemente por uma cirurgia contra o câncer de mama. Depois que minha tia confirmou, ele começou a agredi-la com palavras, mas a frase mais dolorosa foi essa: “Você merece morrer dessa doença.”
Laura diz que, depois de ouvir aquilo, ela e Maria Valdinete começaram a chorar. “Eu pedia para ele se afastar e ele direto em cima”, diz Laura.
Pessoas que estavam próximas começaram a ajudar Maria e tentar acalmá-la. Os próprios amigos de Gilmar Barros tentaram acalmá-la.
“Não queremos denegrir a imagem de ninguém e de nenhum político. Minha tia estava olhando a carreata sem roupa de qualquer partido e sem se manifestar. Estávamos no ginásio porque fica na esquina da nossa casa”, explica Laura. “Isso não é atitude de um doutor. Minha tia não está com condições psicológicas para lidar com esse acontecimento.”
Laura explicou ao DQ que várias testemunhas presenciaram o que aconteceu e que Maria e sua família vão buscar reparação judicial contra Gilmar Barros. Nas redes sociais, parentes de Maria divulgaram uma nota de repúdio contra a atitude cruel do fisioterapeuta.