Se não quiser perder cargo na Funasa, Ricardo Silveira terá que rezar, letra por letra, na cartilha de Bolsonaro

Ricardo Silveira (MDB) ao lado de Heitor Freire (PSL), no dia da vitória de Jair Bolsonaro. No primeiro turno, o médico votou em Ciro Gomes.

A oposição entre Governo do Ceará e Governo Federal deve ter impactos na direção de órgãos federais sob comando de tradicionais lideranças cearenses, como Banco do Nordeste (BNB), Dnocs, Docas do Ceará, Funasa e Ibama.

O deputado federal eleito e presidente do PSL no Ceará, Heitor Freire, disse que “não vai existir balcão de negócios” e será cobrado currículo e alinhamento ideológico de novos gestores.

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Desde que Michel Temer (MDB) assumiu a presidência, o domínio das indicações de cargos federais no Ceará ficou, principalmente, sob responsabilidade do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB). Com a derrota do senador nas urnas e sem a parceria partidária entre os governos, órgãos devem passar por mudanças substanciais.

São indicações de Eunício nos últimos anos, o presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Romildo Carneiro; o diretor-presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC), César Augusto Pinheiro; o diretor geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Angelo Guerra; o superintendente da Fundação Nacional de Saúde no Ceará (Funasa), Ricardo Silveira; e o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Herbert Pessoa Lobo.

Questionado sobre a possibilidade de manutenção dos dirigentes atuais, Freire pontou necessidade de alinhamento. “Um dos critérios técnicos, além do currículo das pessoas, vai ser nosso alinhamento. Não tenho como indicar uma pessoa com viés ideológico de esquerda para estar liderando um órgão geral, um projeto, no qual está baseado numa visão conservadora e liberal na economia”, frisou.

RICARDO SILVEIRA

No primeiro turno, Ricardo Silveira votou contra Bolsonaro e declarou apoio a Ciro Gomes. No segundo turno, deu uma guinada da centro direita para a extrema-direita e votou em Bolsonaro. Sem linha ideológica definida, mas guiado apenas pelo pino oposto ao PT, Ricardo Silveira tende a apoiar as medidas amargas que poderão ser implementadas no governo Bolsonaro, principalmente na área econômica.

De família tradicional em Quixadá, e criado com os privilégios das elites locais, há dificuldade por parte do profissional para se alinhar com as demandas das classes mais baixas. Não será surpresa se ele sair do MDB de Eunício Oliveira – que não tem muito mais a lhe oferecer -, e se filiar ao PSL do presidente eleito. O PSL local, aliás, já está sob direção de sua família.

O fato é que, para não perder o cargo na Funasa, o médico terá de rezar, letra por letra, na cartilha ‘bolsonariana’. No dia da vitória do PSL nas urnas, apresou-se a gravar vídeo com o homem forte de Bolsonaro no Ceará, o Deputado Federal Heitor Freire. Um passo dado para garantir apoios para agora e para 2020, quando ambiciona se lançar, mais uma vez, candidato a prefeito de Quixadá.

Em desfavor de Ricardo Silveira conta o pífio resultado eleitoral em 2018. Conseguiu pouco mais de 2 mil votos para seu candidato a estadual, e não conseguiu ajudar o federal a superar em votos a candidata do PT na Terra dos Monólitos. Depois que passou a apoiar Bolsonaro, no segundo turno, não transferiu votos para o candidato, que saltou de pouco mais de 10 mil para pouco mais de 13 mil votos, aumento já esperado com ou sem o apoio de Ricardo Silveira. Nos bastidores, a avaliação é de que o médico derrotado em 2016 foi o principal derrotado, também, em 2018.

MDB VAI ABRIR MÃO DOS CARGOS

Na segunda-feira (29), o ministro da Casa Civil, Eliseu Padrilha, disse que Jair Bolsonaro terá à disposição pelo menos 10 mil cargos de livre nomeação a partir da posse, em 1° de janeiro. Segundo a Folha de S. Paulo, Padilha afirmou que o MDB abrirá mãos de cargos e adotará postura de independência no próximo governo.

(com informações do Tribuna do Ceará)

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