Quixadá quer impedir onda de infecções por coronavírus nos distritos e estabelece horário limitado de acesso à cidade

Quixadá quer impedir onda de infecções por coronavírus nos distritos e estabelece horário limitado de acesso à cidade.

As populações dos distritos de Quixadá, no Sertão Central, apresentam menos casos de infecção do que aquelas que moram na sede.

No novo decreto, assinado pelo prefeito Ilário Marques no sábado (30) e válido até 07 de junho, essas populações são alvo de uma proteção adicional, além do já conhecido rodízio de transportes coletivos.

Pelos próximos 7 dias, período de transição definido pelo governo estadual para maior avaliação da possibilidade de reabertura econômica, os moradores dos distritos só poderão vir à sede em transportes coletivos a partir do meio dia.

Conversamos com as autoridades de saúde para entender a decisão. Veja as razões apresentadas.

(1) A Zona Rural tem menos casos de infecção e é preciso fazer todo esforço para que continue assim, principalmente porque ali há condições menores de rápido atendimento de emergência.

(2) O período de 7 dias de transição pode ser marcado por aumento substancial de aglomerações nos centros urbanos. Na manhã desta segunda-feira, por exemplo, foi o que aconteceu. Essas aglomerações, como é sabido por todos, acontecem principalmente no período matutino.

(3) Todos sabem que as populações da Zona Rural costumam vir à sede principalmente durante as manhãs, o que poderia expô-las, neste período de 7 dias, ao risco aumentado de novas infecções.

(4) O acesso ao centro, por parte da comunidade da sede, que é a mais infectada, também acontece principalmente durante as manhãs.

(5) Como é inviável, por questão de logística, controlar o acesso à pé das populações dos bairros ao centro da cidade durante as manhãs, as equipes de saúde optaram por controlar o acesso da Zona Rural no mesmo horário. A medida, assim, visa oferecer proteção aumentada contra novas infecções.

(6) Caso uma onda de infecções aconteça na Zona Rural neste período de 7 dias, a força de reação das equipes de saúde, que se concentram agora na sede, onde há mais casos, teriam que ser ainda mais divididas para atender uma demanda mais ampla, e isto enfraqueceria todas as frentes.

(7) O comércio na Zona Especial restrita, com atendimentos presenciais de clientes, continua proibido. Apenas serviços de entrega podem funcionar neste período de 7 dias. Porém, quanto mais pessoas no centro, mais difícil fiscalizar. E este é um motivo a mais para reduzir o acesso das populações ao centro no período da manhã. Quanto mais gente junta, melhor para o vírus.

(8) O incômodo de ter o acesso à cidade reduzido por uma semana é menor do que o incômodo de ser infectado pelo coronavírus, que joga roleta russa com as pessoas e pode matar, como tem feito, inclusive indivíduos jovens e saudáveis.

(9) É notório que a maior parte da população da Zona Rural que acessa a sede pela manhã é composta, principalmente, de pessoas idosas, grupo de risco da covid-19. Este é um motivo a mais para direcionar esse público à sede no período de menor fluxo no centro.

(10) O princípio seguido pela nova norma é o mesmo seguido pelo decreto que proibiu o transporte intermunicipal no Ceará e que visou diminuir o contato entre cidades e regiões. Por questão de lógica, quanto mais isolada as populações rurais estiverem dos centro urbanos, menos probabilidade terão de sofrer uma onde de infecções.

Nos bastidores da política quixadaense o que se comenta é que vereadores e pré-candidatos nas eleições de 2020, estão orientando militantes a criticar, de todos os modos e o tempo todo, qualquer medida de proteção estabelecidas pelo governo municipal. O foco destes grupos é na disputa eleitoral.

Mas para as equipes de saúde que lidam com o vírus diariamente, a orientação dada ao prefeito Ilário Marques foi adotar medidas de proteção à vida, ainda que vistas com antipatia por alguns setores.


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