Matemática Da Morte: Quixadá registra seis mortes em doze dias num abril surpreendentemente violento

O mês de abril está sendo surpreendentemente violento em Quixadá, no Sertão Central do Ceará. A cada dois dias uma pessoa tem sido executada, colocando este município num patamar de derramamento de sangue completamente inaceitável para uma cidade com menos de cem mil habitantes.

Desde o dia 1º deste mês, tem sido possível até mesmo recorrer à matemática para estimar em que intervalo de tempo a morte por meios violentos vai alcançar alguém.

No dia 1º, foi executada a doméstica Maria Rosa Barroso de Deus. O corpo dela foi encontrado despido dentro de uma lagoa. Havia lesões decorrentes de facadas na cabeça e nas pernas. 

No dia 03, um homem matou um adolescente na Pedra do Cruzeiro. Confessou o crime na delegacia, alegando que o assassinato se deu por motivo de ciúmes de sua companheira, que ele afirmava manter relacionamento com o jovem assassinado.

No dia 04, André Barros Vidal, de 36 anos, foi executado com diversos tiros de pistola numa calçada da Avenida Plácido Castelo.Ele, por sua vez, havia matado o próprio pai.

No dia 07, Luan Mateus Queiroz de Aquino, resolveu atirar contra policiais do BPRaio durante uma abordagem. Na troca de tiros acabou morrendo. Não foi uma execução, dado que os policiais estavam em defesa da própria vida e da sociedade. Mateus, porém, acabou entrando para a lista de mortes de abril.

No dia 10, Diego Anderson, de apenas 18 anos, foi executado a bala nas proximidades de sua casa, na Rua Aderaldo Ferreira, bairro Triângulo.

No dia 12, um jovem conhecido como Bruninho foi alvejado a bala quando saía da Delegacia de Polícia Civil. Chegou a ser socorrido ao Hospital Eudásio Barroso, mas não resistiu e morreu.

Crimes premeditados, planejados antecipadamente, são difíceis de ser evitados. Eles demandam mais investimentos em formação cidadã, combate ao tráfico de drogas, educação, fortalecimento dos vínculos familiares, enfim, na própria raiz da violência. É um trabalho gigantesco que precisa do enfrentamento sério do Estado.

Enquanto isto, vamos vendo dia após dia um noticiário repleto de sangue, execuções, vinganças, agressões, intolerância e muito mais daquilo que entra no cálculo da assustadora matemática da morte.


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