Justiça afasta conselheiro tutelar em Quixadá que chamou colega de “macaca”; MP-CE acusa preconceito e racismo

Gilmar Ferreira da Cunha Junior

O conselheiro tutelar quixadaense Gilmar Ferreira da Cunha Junior teve suas funções suspensas pelo Poder Judiciário do Ceará. Ele também ficará impedido de atuar como suplente na gestão do conselho nos anos de 2020-2024. A decisão é do Juiz Adriano Ribeiro Furtado Barbosa, titular da Terceira Vara da Comarca de Quixadá.

Gilmar Junior foi acusado pelo Ministério Público de ter agido “de forma preconceituosa, racista, grosseira, dando ensejo a situações constrangedoras e humilhantes”. Segundo apurado em um Inquérito Civil, o conselheiro chegou a se referir a uma colega de trabalho usando o termo “macaca”. Ele confessou ter usado a palavra, mas negou o cunho constrangedor e humilhante da declaração.

A apuração do Ministério Público também constatou que Gilmar Junior tratou uma família humilde com menosprezo e repulsa ao falar sobre supostos piolhos na cabeça de uma criança.

Para o magistrado, existe “uma série de fatos graves envolvendo diversas pessoas vítimas de tratamento desumano e menosprezo acentuado, restando patente, ainda que em juízo sumário, que [Gilmar Junior] não vem cumprindo com o dever imposto pela sociedade, pelo contrário, denota aparente abuso de poder.”

O juiz ainda afirma que a manutenção de Gilmar junior no cargo seria um perigo para a sociedade. “Crianças e adolescentes podem vir a ser vítimas das mais diversas formas de desrespeito”, diz em sua decisão.

Veja a decisão do juiz:

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