O prefeito de Quixadá, Ilário Marques, não foi ouvido em nenhum momento antes do seu afastamento para dar sua versão sobre as denúncias oferecidas por seu acusador, o empresário Ernani Teles Castro Junior, proprietário da empresa DFL Serviços de Limpeza Urbana e Meio Ambiente LTDA ME.
Ernani Teles levou ao Ministério Público documentos que, segundo ele, provam suas afirmações. Os papéis, garante o empresário, mostram diferenças na pesagem do lixo recolhido na cidade daquele realmente coletado para transbordo por sua empresa. A suposição a partir disto é de que haveria um esquema montado por Ilário com a empresa responsável pelo recolhimento de lixo em Quixadá. O empresário declara que teria adulterado documentos por se sentir coagido por Ilário e por outros agentes públicos.
Ilário, porém, não teve ainda oportunidade de apresentar contraprova ou de explicar à justiça qualquer dúvida acerca dos documentos levados ao Ministério Público pelo empresário. Disse, em recente entrevista, que está tranquilo e que se o tivessem ouvido no âmbito do inquérito em andamento, tudo teria ficado explicado além de qualquer dúvida, e a suspensão do mandato que lhe foi dado pelo povo, bem como a violência simbólica que isto representa à soberania do voto popular, jamais teria acontecido.
Para Ilário, aquilo que está sendo afirmado como provas, na verdade não provam coisa nenhuma, e diz que isto será mostrado à justiça por sua defesa.
“O que há aí são deduções sem nenhum embasamento. A relação entre a prefeitura de Quixadá e as empresas que prestam serviço são as mais transparentes possíveis. Quando ele envolve a campanha da Deputada Rachel Marques na denúncia sem, contudo, mostrar nenhuma prova do que alega, fica evidente sua intenção de revide político contra seus interesses contrariados. Tanto é assim que ele só resolveu fazer estas acusações depois que nós, e não ele, judicializamos a questão. Com certeza ele achava que nós não teríamos coragem de denunciar o que estava acontecendo por medo de reabrir o lixão. Mas nós tivemos e ele não contava com isto. Aliás, a primeira decisão do juiz que analisa o caso foi a nosso favor, reconhecendo que ele havia injustificadamente quebrado o contrato com a prefeitura e o mandando retomar o cumprimento dos termos do contrato. Está claro que isto tudo é um revide. É um absurdo!”, diz Ilário.
A defesa de Ilário Marques será apresentada ao desembargador Lincoln Machado, do Tribunal de Justiça do Estado, no decorrer desta semana.