Enfermeiras que faziam monitoramento da covid em Quixadá são demitidas; coleta domiciliar para exames parou

Enfermeiras que faziam monitoramento da covid em Quixadá são demitidas; coleta domiciliar para exames parou.

Pouco se sabe sobre medidas práticas que a nova gestão pretende adotar em Quixadá no enfrentamento à covid-19. O prefeito Ricardo Silveira divulgou, na sua primeira semana de governo, fotos e vídeos com uma equipe denominada de Comitê Especial de Enfrentamento à Covid, mas nenhum anúncio sobre ações concretas foi dado.

A prefeitura também não repercutiu a prorrogação do decreto estadual de isolamento social nem fez qualquer adaptação dele à realidade local, com orientações para o comércio, eventos, reuniões, fiscalização e penalidades por violações. As normas sobre isolamento, então, ficaram restritas apenas ao que determinou o governo do Ceará.

Nesta segunda-feira (11), o DQ obteve de uma fonte ligada à Secretaria de Saúde a informação de que várias enfermeiras que realizavam o monitoramento do quadro de avanço da covid e que atuavam no combate à doença no município teriam sido demitidas.

Outra decisão da nova administração foi acabar com a coleta domiciliar de material para exames da covid-19 em pacientes suspeitos. Os exames, agora, estariam sendo feitos apenas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

O serviço de coleta domiciliar foi pensado no ano anterior para evitar que pacientes contaminados com o coronavírus, mas assintomáticos, tivessem que ir até a UPA ou outras unidades de saúde. Assim, diminuiriam as chances de proliferação da doença.

Acionadas pela equipe do telecovid (outro serviço criado em 2020), enfermeiras, agentes de saúde e outros profissionais se deslocavam até a casa dos pacientes suspeitos para coleta de material, avaliação do quadro clínico e, às vezes, para consultas virtuais com médicos através de smartphones. Eram cinco equipes, uma delas com um médico permanente, que chegaram a acompanhar, no ponto mais crítico da crise sanitária, até 800 pessoas. Veículos eram colocados à disposição dos profissionais para facilitar o deslocamento. Se houvesse necessidade de medicamentos, as equipes levavam até as residências e, em caso de agravamento, o paciente era encaminhado para o hospital de referência. Esse serviço, agora, não existe mais.

A nova realidade expõe pessoas com comorbidades, tais como idosos e diabéticos, à necessidade de se deslocarem até a UPA para realizarem um simples teste, expondo-se a maior risco de contaminação.

A administração Ricardo Silveira, possivelmente, deve explicar nos próximos dias quais medidas realmente vai adotar no enfrentamento ao vírus.


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