Cultura em Quixadá: Após anos de abandono, prédio do Memorial Cego Aderaldo começa a ser recuperado

Memorial Cego Aderaldo.

O Memorial Cego Aderaldo, localizado no Centro de Quixadá, logo estará à disposição da população, oferecendo vários serviços culturais.

O equipamento havia recebido, ainda em 2015, investimento de R$ 475 mil em reforma e restauro, por parte da Secretaria de Cultura do Estado, que tinha a finalidade de criar no local um Centro Cultural, porém, o prédio ficou abandonado pela gestão do ex-prefeito João Hudson, que não foi capaz de dar seguimento à parceria intergovernamental.

Memorial Cego Aderaldo.

Com o passar dos anos, a pintura foi prejudicada, muito mato cresceu no interior do prédio, que chegou a ser invadido e usado para finalidades ilícitas várias vezes. Agora voltará às mãos do povo de Quixadá.

Nesta semana, restauros pontuais que permitirão que o espaço seja utilizado pelo poder público começaram. Essa restauração e limpeza deve preparar o lugar para receber novos investimentos do governo estadual, especialmente em equipamentos internos.

Memorial Cego Aderaldo.

Enquanto o prédio retoma condições adequadas, a Secretaria Municipal de Cultura corre por fora, renovando a parceria com o Estado, para garantir que o projeto seja finalmente concluído e passe a funcionar. A forma de gerenciamento do Memorial ainda não está clara, mas deverá ser anunciada em breve.

Pessoas ligadas à cultura em Quixadá já comemoram a retomada do projeto. O Memorial Cego Aderaldo com certeza fortalecerá o município como pólo cultural regional e integrará os pontos de visitação turística na cidade. Dará, também, oportunidade para que jovens estudantes e outros conheçam um dos maiores talentos que a Terra dos Monólitos já teve.

O CEGO ADERALDO

Cego Aderaldo.

Aderaldo Ferreira de Araújo, nascido na cidade do Crato em 24 de junho de 1878, mais conhecido como “Cego Aderaldo” foi um poeta popular cearense que se destacou por seu raciocínio rápido improvisando rimas e repentes.

O cego Aderaldo descobriu o dom da rima em Quixadá, pouco depois de perder a visão em um acidente. Segundo o próprio, a descoberta ocorreu quando teve um sonho em versos. Quando sua mãe faleceu, cego Aderaldo decidiu viajar pelo sertão nordestino fazendo suas rimas.

Em 1914, disputou um desafio de rimas com Zé Pretinho (conhecido repentista do Piauí). Sua desenvoltura no desafio o consagrou definitivamente. O duelo dos dois poetas foi registrado por Firmino Teixeira do Amaral no cordel A peleja de Cego Aderaldo e Zé Pretinho.

Cego Aderaldo morreu em Fortaleza aos 89 anos, sem nunca ter casado, criando porém 24 filhos adotivos.


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