Coronavírus: Hospital Regional não tem mais vagas de UTI; sistema de saúde da região está colapsado

Foto meramente ilustrativa de uma UTI utilizada em pacientes com covid-19. Hospital Regional do Sertão Central possui 30 e estão todas ocupadas.

Na batalha contra o coronavírus, é importante que a população tenha a noção exata da dimensão do problema. Nesta quarta-feira, 13, a secretária de saúde de Quixadá, Juliana Câmara, deu um choque de realidade ao revelar que já não há mais vagas de UTI disponíveis no Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, para receber novas internações de casos muito graves. As 30 UTI’s do setor covid do hospital já estão ocupadas.

A média de dias de internação para recuperação de um paciente em estado grave com diagnóstico de covid-19 é de 3 semanas, muito extenso. Ao passo que os casos de novas infecções vão se acumulando e aumenta o número de pessoas com necessidade de UTI, o sistema de saúde entra em colapso.

“Hoje eu posso dizer com toda certeza: o sistema de saúde da região está colapsado”, disse Juliana Câmara.

Das 30 pessoas internadas em estado grave no Hospital Regional, 3 são de Quixadá. São pacientes que estão intubados, respirando com ajuda de aparelhos e lutando segundo após segundo para conseguir sobreviver. Outro paciente de Quixadá está intubado no hospital Cezar Cals, em Fortaleza, na mesma situação. E uma criança de apenas 8 anos, também de Quixadá, está intubada no hospital Albert Sabin, na capital.

“Em Fortaleza, até se você tiver dinheiro para pagar por um leito é difícil conseguir um”, disse Juliana. “Isso não é uma brincadeira. Nós já temos 3 óbitos de pessoas que eram queridas, com amigos, familiares. O esforço, e sabemos que isso exige muito de todos, é para impedir o máximo de mortes possíveis”, apontou Juliana.

Em Quixadá, 10 pacientes estão internados temporariamente na unidade exclusiva para atendimento de casos suspeitos e confirmados de coronavírus. Essa estrutura tem permitido salvar a vida de algumas pessoas, como no caso da criança de 8 anos que foi atendida primeiro ali, mas não conseguirá suportar a demanda se o ritmo de contaminação não for freado por medidas duras de isolamento.


Compartilha:

Veja Mais