Combate eficiente ao mosquito em Quixadá continua diminuindo possibilidade de surto de arboviroses

As arboviroses (Dengue, Zica e Chikungunya) são doenças virais febris agudas que acometem milhões de pessoas todos os anos no mundo. O principal vetor é o mosquito Aedes aegypti.

O município de Quixadá, o maior município do Sertão Central cearense, com uma população estimada de 86.605 habitantes (IBGE, 2017), enfrenta, desde o ano de 1994, epidemias ou surtos destas arboviroses com maiores incidências para Dengue e Chikungunya.

Agente de endemias em Quixadá utilizando bomba costal no combate ao mosquito.

Atualmente, Quixadá possui 29.479 imóveis urbanos trabalhados no Programa de Prevenção e Controle das Arboviroses, distribuídos em 22 zonas ou micro áreas. Cada imóvel deve ser inspecionado uma vez a cada ciclo de inspeção. O município possui ainda 36 pontos estratégicos, que são inspecionados quinzenalmente

Para os técnicos do setor de combate às endemias do município, o mosquito está totalmente habituado aos aglomerados urbanos e, na atual situação, não há como falar em erradicação da doença. A meta é reduzir a infestação pelo vetor, a incidência pela doença e evitar óbitos. Nesse aspecto, ações e estratégias de gestão e o envolvimento da população são determinantes.

ESPAÇO PUBLICITÁRIO

Em Quixadá, a contratação de novos Agentes de combate às endemias, o aumento da cobertura de visitas domiciliares,  o monitoramento na qualidade da vigilância na investigação adequada e notificação oportuna – com no mínimo 80% dos casos notificados em até (07) sete dias do início dos sintomas -, os telamentos de caixas d’água nos bairros, distribuição de peixes para controle biológico nos depósitos, atividade de controle vetorial por meio de bomba costal nas localidades com notificações de casos suspeitos e várias outras ações educativas  repercutiram positivamente nos resultados.

De acordo com Karine Matias, coordenadora da Vigilância Epidemiológica no município, os números mostram que a intensificação das ações reduziu significativamente os casos de dengue e Chikungunya – arboviroses mais prevalentes no município.

Estabelecendo uma série histórica, iniciando por 2016, foram 1.522 casos confirmados de arboviroses em Quixadá, sendo 1.221 para Chikungunya e 311 para Dengue.  Já em 2017 esse número caiu para apenas 167 casos confirmados, com 93 noventa e três casos de Chikunguny e 74 de Dengue. Houve um pequeno em 2018, indo para 208 casos, sendo 66 de Chikungunya e 142 cento e quarenta e dois de Dengue (Dados: 05/07/2018 SINAN).

Para a coordenadora, o enfrentamento das arboviroses deve ser contínuo e compartilhado com os demais setores da sociedade civil organizada. Exemplo disso foi a criação do Comitê Municipal de Combate às Arboviroses em abril de 2017. O comitê se reúne mensalmente e envolve diversos setores no combate ao mosquito.

De acordo com dados do setor de endemias, atualmente o índice de infestação predial do mosquito Aedes aegypti em Quixadá é de 4,05%, o que mostra, ainda, uma preocupação na intensificação das ações. Em 2016 era de 12.5%, um número assustador que resultou em uma epidemia que deixou muitos sequelados.

Para José Arlindo, coordenador do setor, grande parte dos focos são encontrados dentro das residências, o que chama a responsabilidade da população para a prevenção eliminando, com medidas simples de higiene, as larvas do vetor.

“Mesmo com muito esforço conseguimos reduzir de quatro para dois meses o período de ciclo de visitas nos imóveis em Quixadá”, afirma Arlindo. No entanto, o mosquito Aedes aegypti precisa apenas de sete dias para renovar o ciclo de reprodução e é nessa hora, no intervalo até a próxima visita, que entra a população.

ESPAÇO PUBLICITÁRIO

Compartilha:

Veja Mais