O médico Ricardo Silveira tem submetido o Hospital Maternidade Jesus Maria e José (HMJMJ) a uma enorme pressão por dinheiro. Na justiça, o cardiologista exige ser indenizado pela instituição filantrópica em valores vultuosos. O processo está em fase final e a decisão do Poder Judiciário está prestes a sair.
Os dirigentes da maternidade desejam, obviamente, que Ricardo Silveira não ganhe a causa, mas se preocupam com uma decisão neste sentido, pois ela acarretaria prejuízo extremamente danoso ao funcionamento da instituição.
No processo, o pedido do HMJMJ por justiça gratuita expõe a realidade, conforme mostra o recorte abaixo, retirado dos autos sob análise da justiça. Veja:
A maternidade presta serviços de saúde essenciais ao município de Quixadá, no Sertão Central, dentre eles o de obstetrícia, e não atua visando lucro financeiro. Apesar disso, virou alvo do médico depois que este viu o Bispo Dom Ângelo Pignoli manifestar preocupação com um contrato entre o médico e a instituição, celebrado antes de sua gestão como diretor presidente.
Através de uma empresa que montou com o próprio irmão, Ricardo Silveira pretendia, ao que parece, transformar o Hospital do Coração de Quixadá, anexo à maternidade, em uma máquina para encher seus bolsos de dinheiro. No esquema empresarial montado pelo médico, 65% dos lucros dos serviços ofertados seriam abocanhados por ele e, em contrapartida, 95% das despesas ficariam a cargo da maternidade. Veja no recorte abaixo como a maternidade expõe a situação.
Percebendo a ousadia do médico, Dom Ângelo tentou, pacificamente, sem embate judicial, colocar um fim ao contrato. Ricardo Silveira não aceitou e passou a brigar na Justiça contra a instituição filantrópica, uma das mais importantes da cidade.
Doutor Ricardo, como é mais conhecido, afirma que gastou dinheiro na construção de um prédio onde o empreendimento cardiológico funcionaria. O Bispo diz que é mentira, e que o prédio foi construído com dinheiro de doações e com recursos da Unicatólica. Mas o médico quer o dinheiro da indenização a todo custo.
Agora, a maternidade se vê ameaçada de ficar com o prejuízo não apenas dos últimos 10 anos, com um anexo que nunca funcionou por causa dos valores excessivos cobrados por Ricardo Silveira, mas também pela possibilidade de ser obrigada a retirar, para indenização que considera injusta, dinheiro que deveria ser usado para manter os serviços funcionando. No processo, esta realidade também aparece claramente.
Doutor Ricardo se apresenta como pré-candidato à prefeitura. Se conseguir arrancar dinheiro da maternidade, possivelmente usará em sua campanha os valores vultuosos; valores que a maternidade poderia usar na manutenção dos seus serviços essenciais. Está nas mãos da justiça decidir se Doutor Ricardo vai conseguir dar ou não esse duro golpe na instituição quixadaense.