Celebrado em seus anos iniciais como referência de modernidade e tomado como modelo de política eficiente e auto-sustentável de resíduos sólidos por observadores de todo o país, o aterro sanitário de Quixadá hoje representa um grave problema de saúde pública.
Em especial nos últimos quatro anos, a situação de descaso e abandono do equipamento se aprofundou. Ainda usado como destino de todas as milhares de toneladas de lixo produzidas na cidade sem, contudo, realizar a triagem, reciclagem e procedimentos de compactação, como era feito nos primeiros anos, o local reúne todas as condições para a proliferação de fatores causadores de uma série de doenças. E, de fato, tem sido fator de geração de recorrentes crises de saúde no município.
A comunidade do Boto, que mora mais próximo do aterro, sofre também com os constantes incêndios, cuja fumaça tóxica compromete principalmente a saúde de crianças e idosos. Na verdade, os incêndios espalham fumaça para toda a cidade.
Concordemente, a população demanda que a administração pública ofereça uma solução para o problema. Normalmente, os trâmites burocráticos e a aprovação de projetos, bem como sua execução, levariam anos para acontecer.
Surpreendentemente, porém, ao ser contactado para falar sobre o assunto, o prefeito Ilário Marques disse que esta questão estará solucionada nos próximos 30 dias. Isto mesmo: 30 dias! Perguntado sobre que tipo de “milagre” pretende fazer, o gestor não quis adiantar, mas pretende falar sobre o assunto nesta sexta-feira, 29, na Câmara Municipal.