Alagamentos: O desafio da prefeitura de Quixadá no inverno de 2018!

Foto do Diário do Nordeste mostrando alagamento na Avenida José Caetano, em Quixadá, em 2017.

Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a estação chuvosa no Estado tem início no mês de fevereiro. As chuvas são especialmente aguardadas neste ano de 2018, quando os principais reservatórios hídricos do Estado estão com volumes muito baixos. Um exemplo é o Açude Pedras Brancas, que está com pouco mais de 4% do seu volume total e, no entanto, abastece as duas principais cidades do Sertão Central, Quixadá e Quixeramobim. A expectativa é de que a estação chuvosa seja capaz de proporcionar recarga suficiente para garantir o abastecimento durante todo o ano.

Mas as chuvas também trazem desafios para os municípios. No caso de Quixadá, por exemplo, os alagamentos das ruas costumam gerar situações perigosas, grande incômodo e muito prejuízo.

ENFRENTANDO O DESAFIO

Trabalhadores atuam na operação para desobstruir galerias em Quixadá.

O Diário de Quixadá conversou com o Secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do município, Kildere Lobo, para saber o que a prefeitura tem feito para lidar com os costumeiros alagamentos. “Estamos desenvolvendo desde o último mês de dezembro uma série de ações importantes para lidar com esse desafio”, diz. Ele fala sobre uma operação, determinada pelo Prefeito Ilário Marques, para desobstruir galerias, córregos e canais.

A ação é considerada importante, pois algumas galerias estavam completamente obstruídas por lixo, já que há quase sete anos não haviam passado por nenhum tipo de limpeza. Garrafas plásticas, sacolas, madeira, vidro, roupas velhas e vegetação estão entre os principais itens retirados durante o processo de limpeza. “As próprias galerias possuem suas limitações. Mas sujas do jeito que estavam elas praticamente de nada serviam”, afirma Kildere.

Trabalhadores atuam na operação para desobstruir galerias em Quixadá.

Dentre as ações mais importantes está a limpeza profunda da lagoa ao lado da Avenida José Caetano. “Os canais de acesso ao reservatório e que deveriam conduzir a água diretamente para o Rio Sitiá, estavam completamente comprometidos”, explica Kildere. Os canais foram limpos e espera-se, com isto, que o fluxo de água neles contribua para reduzir o volume que escoa para as ruas, em especial, para a Avenida José Caetano.

Além da limpeza, outra medida que está sendo tomada na lagoa é o seu aprofundamento, de modo que exista mais condições para acúmulo de volume e, consequentemente, menos escoamento para as ruas e mais controle de fluxo para os canais.

BOMBEAMENTO

Um dos pontos mais críticos em Quixadá está exatamente na Avenida José Caetano e nas cercanias do Terminal Rodoviário. De acordo com Kildere Lobo, a prefeitura estuda utilizar um inovador sistema de bombeamento no interior das grandes galerias em desuso, construídas na avenida, para controlar o fluxo de água para os canais e galerias que desaguam no Rio Sitiá.

O modelo está sendo preparado com auxílio da Cagece e poderá ser utilizado já neste ano.

Ruas sofrem intervenção em preparação para o inverno.

SERÁ SUFICIENTE?

Apesar das boas intenções da prefeitura com as medidas adotadas para enfrentar os alagamentos, se vai dar certo ou não, só o teste do inverno para mostrar. A população que mora nos pontos mais críticos demonstra aprovação pelas medidas que observa serem tomadas, mas muitos ainda se perguntam se já não é chegado o tempo para que a prefeitura adote intervenções menos paliativas e mais definitivas, estruturando a cidade para lidar com eficácia com o problema dos alagamentos.

O prefeito Ilário Marques já demonstrou no decorrer de seus muitos anos de gestão à frente da prefeitura de Quixadá, que é capaz de conduzir projetos estruturantes de grande envergadura, muitos dos quais deram cara nova ao município. Será que já não é chegada a hora de uma intervenção mais impactante, que ofereça solução definitiva para o desafio dos alagamentos?


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