As 132 cadeias espalhadas pelo Interior não têm condições de serem mantidas. A conclusão é do próprio Governo do Estado. Para substituí-las, Camilo Santana anunciou, ontem, que utilizará recursos federais para construir 14 presídios regionais.
O governador classificou a estrutura das cadeias como precária. “Temos hoje 132 ‘presídios’ (referindo-se às 132 cadeias) precários, antigos, espalhados pelo Ceará. Planejamos fazer 14 presídios regionais. Cada região vai ter esse presídio e vai acabar com esses 132 (equipamentos). Eu vou ter condições de controlar melhor, acompanhar melhor, evitar construir dentro do Centro das cidades”, indicou.
Para erguer os presídios regionais, já existem duas fontes de recursos federais. O presidente Michel Temer prometeu, em reunião no último dia 30 de janeiro, em Brasília, investir na construção de, pelo menos, duas unidades penitenciárias no Ceará. As outras 12 unidades devem ser custeadas pelo empréstimo de até R$ 42 bilhões que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) concederá a todos os estados do País, para investirem em Segurança Pública e no Sistema Penitenciário.
Previsão
O chefe do Executivo estadual não deu previsão para o início das obras dos novos estabelecimentos penais. “O Ceará, hoje, é o Estado mais bem equilibrado (contas públicas). Não tem problema de contrair financiamento, nós temos condições legais para isso. Vamos correr agora e depender da burocracia”, justificou.
Quixadá
O plano do governador implicará, claro, na desativação da Cadeia Pública de Quixadá, no Sertão Central, uma das mais antigas do Estado. Situada bem no centro da cidade, ao lado de uma escola, o equipamento é fonte de constantes reclamações e preocupações da vizinhança.
Em agosto do ano passado, o Diário de Quixadá definiu a cadeia quixadaense como “um barril de pólvora que, mais dia menos dia, explodirá. E com consequências que podem ser bem graves. Sem exageros, a vida de todos os moradores do entorno da unidade prisional corre sério risco.” Foi dito, também, que parte importante da solução seria construção de um presídio novo, longe do centro da cidade, com mais espaço para acomodar os detentos e com investimentos em atividades de ressocialização.
A notícia dada por Camilo Santana é boa para o principal município da região, que tem na sua cadeia pública motivo para receio e temor, em vez de tranquilidade. (Com informações do Diário do Nordeste)