O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, manteve a anulação da pena de 80 anos de prisão, por crime de lavagem de dinheiro, que havia sido imposta pela Justiça Federal no Ceará ao assaltante cearense Antônio Jussivan Alves dos Santos, o “Alemão”, bandido que comandou, em agosto de 2005, o furto milionário na sede do Banco Central, em Fortaleza, de onde foram furtados R$ 164,7 milhões.
Apesar da decisão tomada pelo STJ, na última sessão daquela Corte, “Alemão” vai continuar preso, pois continua valendo a pena de 35 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de furto qualificado, formação de quadrilha e uso de documento falso. Atualmente, ele está recolhido em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), em uma cela isolada da Penitenciária Federal de Segurança Máxima, em Catanduvas, município do interior do estado do Paraná.
“Alemão” foi transferido para o Paraná pela Polícia Federal, após um plano frustrado de fuga na Penitenciária Estadual Hélio Viana, em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Segundo descobriram as autoridades do Sistema Penitenciário, ele seria resgatado por bandidos de uma facção criminosa.
Lavagem
A pena de 80 anos de cadeia pelo crime de “lavagem” de dinheiro contra “Alemão” foi imposta pela Justiça Federal do Ceará, após a Polícia Federal descobrir nas investigações do “Caso BC”, que o bandido cearense (natural do Município de Boa Viagem) comprou fazendas, gado, casas e até postos de combustíveis nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, após o furto milionário no BC de Fortaleza, na madrugada do dia 6 de agosto de 2005.
Após o crime, “Alemão” fugiu do Ceará, passou por vários estados, foi parar na Argentina e voltou para o Brasil, sendo capturado pela PF em Brasília, em fevereiro de 2008. Trazido para Fortaleza, ele acabou condenado, em 2010, a 49 anos de prisão. Posteriormente, a pena foi reduzida para 35 anos.
O crime
Para furtar os R$ 164,7 milhões do cofre-forte do Banco Central, em Fortaleza, uma quadrilha oriunda de São Paulo passou seis meses escavando um túnel de 80 metros de extensão, que partia de uma casa distante um quarteirão do BC, no Centro de Fortaleza. Foi o maior furto a banco no Brasil em termos de valores roubados ou furtados, em toda a história do País.