O consórcio formado pelas empresas FG Soluções em Energias, a espanhola Enerside e um investidor chinês têm interesse em construir um complexo de energia solar no município de Russas. A informação foi confirmada por Fernando Pessoa, CEO da FG. O nome da empresa não foi revelado.
O projeto é dividido em três fases. Na primeira, os investimentos somam US$ 150 milhões (R$ 463 milhões) e utilizará 400 hectares de terreno. A produção do consórcio no primeiro estágio responderá por 143 megawatts-pico (MW). Contudo, o valor global atinge US$ 775 milhões (R$ 2,3 bilhões) na última fase, alcançando 775 MW-pico. O consórcio, inclusive, deverá participar do Leilão de Energia Nova A-4, previsto para ocorrer em 18 de dezembro e que contempla as fontes solar e eólica.
“O investidor chinês nos garantiu que constrói a unidade geradora de energia em menos de um ano. Além da engenharia financeira, eles entrariam com a indústria”, afirma Fernando, explicando que a empresa asiática instalaria fábrica de componentes fotovoltaicos.
Conexão
Um fator condicionante para que o projeto dê seguimento no leilão A-4 diz respeito à conexão entre o parque solar e a subestação Russas II – responsável pelo escoamento da produção de energia. Fernando Pessoa afirma que este é o principal gargalo que trava o investimento. Ele cita o prejuízo causado pelo atraso nas linhas de transmissão e na construção de uma subestação em Aracati – encabeçada pelas empresas Abengoa e Brax Energy – para o projeto de um parque eólico de Furnas, subsidiária da Eletrobras, localizado em Fortim.
A estatal usaria então a subestação Russas II para escoar o montante produzido, o que inviabilizaria a margem de escoamento da energia dos projetos privados interessados na região. O parque da estatal, aliás, teve o início da geração adiado de 2016 para 2020.
O empresário defende que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indique nos relatórios que o Complexo Fortim de Furnas fique com o status “sem previsão”, liberando assim a margem de capacidade de escoamento em Russas II. “Outros projetos de parques eólicos e solares também querem participar do leilão. Precisamos de isonomia”, explica.
Fernando também informa que no último leilão (adiado) de geração em 2016, teve de solicitar a conexão do projeto de Russas para a subestação de Quixadá, localizada a 100 quilômetros de distância. “A conexão original que seria em Russas fica a 6 quilômetros da subestação. Para se conectar em Quixadá, são aproximadamente 100 quilômetros. Cada quilômetro de linha de transmissão custa cerca de R$ 600 mil, inviabilizando a competitividade do projeto”, alerta. (informações do O Povo)