Um colapso de abastecimento de água nas duas principais cidades do Sertão Central do Ceará, Quixadá e Quixeramobim, parece cada vez mais certo. O açude Pedras Brancas, localizado na divisa dos municípios de Quixadá e Banabuiú, está muito perto de alcançar o seu volume morto, onde a água perde a utilidade que possui hoje.
Em 2015, quando começou a especulação acerca da construção de uma adutora que levaria água do reservatório para abastecer Quixeramobim, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) estimava que o açude chegaria a fevereiro de 2017 com 11,66% do volume total, mas hoje já está bem abaixo disto, em preocupantes 6,18%. A adutora começou a funcionar em fevereiro do ano passado.
Agora, nas circunstâncias atuais, somente uma recarga urgente poderia evitar um colapso total no abastecimento das cidades de Quixadá e Quixeramobim. O problema, porém, é que as notícias não são boas. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) reavaliou, na última sexta-feira, dia 03, em São Paulo, a sua previsão para fevereiro, março e abril e, por enquanto, o prognóstico para a quadra chuvosa no Ceará é de chuvas abaixo da média histórica.
A meteorologista do Inpe, Renata Tedeschi, afirma: “O cenário do Ceará, assim como a da região Nordeste, é muito grave quando falamos sobre água e abastecimento humano, animal e agropecuária”. “Por isso, a população precisa economizar água”, ela orienta.
Até o próximo dia 20 sairá o prognóstico para o período de março, abril e maio.
A situação inspira preocupação especial com a economia de água. Por enquanto, infelizmente, ainda não se vê por parte das prefeituras de Quixadá e Quixeramobim nenhuma campanha significativa orientando a população sobre os riscos do desperdício. Com ou sem desperdício, porém, se as chuvas realmente não vierem com capacidade de recarga, o Pedras Brancas estará fadado a ficar seco e a lançar o Sertão Central em grandes dificuldades.
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