Passados três anos e quatro meses do assassinato da jovem Karina Firmino, no Município de Acopiara, o caso permanece sem solução. O crime de pistolagem que teve ampla repercussão na época, e mobilizou a população cearense, tramita lentamente na Justiça, favorecendo a impunidade de seus autores. Karina foi morta a tiros na noite de 4 de maio de 2016 e até agora a Justiça só realizou uma única audiência que, sequer, foi concluída.
A primeira e única audiência do volumoso processo que trata do “Caso Karina” aconteceu ainda no ano passado, no dia 21 de novembro, quando a juíza titular da Comarca de Acopiara, Karla Cristina de Oliveira, juntamente com o promotor de Justiça, Igor Caldas Baraúna Rêgo, tomou o depoimento de algumas das testemunhas do processo cuja denúncia do Ministério Público (MP) aponta uma escrivã da Polícia Civil do Estado do Ceará como mandante do crime: trata-se de Ludmila Freitas Andrade. Ela permanece em liberdade, trabalhando em uma delegacia Especializada, em Fortaleza, embora esteja sendo alvo também de uma investigação na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD).
Testemunha foi morta
Na audiência, realizada em novembro do ano passado, a Justiça conseguiu ouvir apenas algumas das testemunhas de acusação, e o procedimento foi encerrado sem a conclusão da tomada de depoimentos de várias pessoas, inclusive de uma importante testemunha, identificada como Raimundo Cosme da Silva, 37 anos conhecido por “Gago”. Dois meses depois, ele foi assassinado a tiros, numa provável “queima de arquivo”. O crime aconteceu na noite de 11 de janeiro deste ano, por volta de 18h30, em Acopiara.
Tramitando sob segredo de Justiça, o processo, porém, aponta que a escrivã Ludmila teria ordenado a morte da garota ao descobrir que esta estava tendo um relacionamento com seu esposo na época, um soldado da Polícia Militar.
A denúncia do Ministério Público, assinada por vários promotores de Justiça, integrantes do Núcleo de Investigações Criminais da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Ceará (PGJ) aponta as provas que culminaram na denúncia contra a escrivã e sua ex-empregada doméstica, esta última apontada como intermediária na contratação dos assassinos (pistoleiros).
Após a morte da testemunha-chave na investigação, o processo parou. A Justiça determinou a sua substituição. Esta foi a última movimentação processual do caso. Passados três anos e quatro meses da morte de Karina, os criminosos – mandante e executores – permanecem impunes.