Em entrevista concedida aos jornalistas Leonardo Attuch e Aquiles Lins, Rui Falcão, ex-presidente do PT, avalia que a eventual prisão do ex-presidente Lula, se acontecer, provocará reações intensas na sociedade – e potencialmente violentas.
“Não será frio”, disse. Na entrevista, Rui também fala sobre o papel da mídia na derrubada da presidente eleita Dilma Rousseff e sobre o plano de mobilizações do Partido dos Trabalhadores.
“Estamos apostando e chamando para a mobilização, estamos organizando comitês que defendem a democracia e o direito de Lula ser candidato”, diz ele.
Rui Falcão afirma que o Brasil “vive uma democradura“, ou seja, um regime que não pode mais ser chamado de democracia. Jornalista, ele fala do papel dos meios de comunicação no impedimento de Dilma e na pressão que a Globo exerce contra Lula no Poder Judiciário.
“O papel da Globo não é só associado ao golpe contra Dilma. Todo mundo se lembra do golpe de 64”, recorda. “Não podemos admitir um noticiário faccioso, induzido, que manipula, distorce, omite”, defende, ressaltando que o projeto de democratizar economicamente os meios de comunicação será realizado em um eventual governo de Lula.
Sobre uma possível prisão do ex-presidente, declara: “Eu acho que se resolverem prendê-lo, não será uma prisão a frio”. Rui Falcão explica: “Ele não vai chegar com a malinha pronta e se apresentar para botarem ele na cadeia. Eu acho que algum tipo de reação, não sei qual, haverá. Não é uma prisão pacífica”, afirma.
“Nós não temos nenhuma tradição de violência, todas as nossas manifestações têm sido pacíficas, bem organizadas. Agora é uma violência incomensurável prender o Lula”, pondera.
O ex-presidente do PT também avisa que Lula será candidato em qualquer hipótese, mesmo preso. “Queremos o nome e a foto dele na urna”, diz.