Neonazista: Qual a origem da bandeira que está se tornando comum nas manifestações bolsonaristas?

Bandeira que está se tornando comum nas manifestações bolsonaristas.

O uso da bandeira de um movimento de extrema direita da Ucrânia em ato bolsonarista no Brasil gerou desconforto em Moscou.

Integrantes do corpo diplomático na capital russa ouvidos pela Folha ficaram surpresos ao ver fotos que circularam em redes sociais de uma manifestação em favor do presidente Jair Bolsonaro no domingo passado (24).

Em um protesto na avenida Paulista, foi desfraldado sobre um carro de som um estandarte preto e vermelho com o tradicional tridente do brasão nacional ucraniano.

Trata-se do símbolo do Pravyi Sektor (Setor Direito), organização paramilitar criada em 2013 que virou partido político na Ucrânia.

O grupo é banido na Rússia por ser considerado neonazista e terrorista. Isso remonta ao golpe que derrubou o governo pró-Kremlin de Kiev no começo de 2014.

O Pravyi Sektor era uma das organizações envolvidas em combates de rua.

A mais importante delas, o Batalhão Azov, foi incorporada à Guarda Nacional ucraniana após a vitória
dos revoltosos anti-Moscou.

Essa unidade tem um brasão inspirado em runas da SS nazista, e busca paralelo histórico nas unidades de resistência à União Soviética que lutaram ao lado da Alemanha na Segunda Guerra Mundial.

Não são raras as fotos de integrantes desses grupos com bandeiras nazistas em seu combate contra os separatistas pró-Moscou do leste ucraniano. É uma trama nuançada, que se repete em diversos países, como os Estados Bálticos ou a Croácia.

Seja como for, a briga caiu no Brasil de Bolsonaro. Postagens de redes sociais correram para apresentar o “apoio neonazista” ao presidente.

Já houve rumores anteriores sobre ligações entre as extremas direitas brasileira e ucranianas antes. Em 2017, a polícia gaúcha encontrou material alusivo aos europeus em batidas dadas contra grupos neonazistas, mas o elo efetivo nunca foi estabelecido. (Via Folha)


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