Segundo dados do Radar SIT, mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, 1.201 pessoas foram resgatadas de situações análogas à escravidão em 2023, em 17 das 27 unidades federativas do Brasil. O trabalho rural representa 87,3% dos casos registrados, e Goiás é o estado com o maior número de ocorrências, com 372 pessoas encontradas em situação análoga à escravidão desde o início do ano, todas em estabelecimentos agrários.
O Rio Grande do Sul aparece em segundo lugar, com 296 casos, impulsionado pela inspeção em vinícolas de Bento Gonçalves, onde 207 trabalhadores viviam em condições degradantes. A inspeção gerou um acordo com o Ministério Público do Trabalho, no qual as empresas se comprometeram a pagar R$ 7 milhões em indenizações.
Já em áreas urbanas, Minas Gerais responde por 71,9% dos casos com 110 pessoas resgatadas, que trabalhavam em condições degradantes na construção de uma linha de transmissão de energia em Conselheiro Pena. A obra é de responsabilidade do Consórcio Construtor Linha Verde, formado pelas empresas Toyo Setal e Nova Participações.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, destacou a informação e afirmou que o governo brasileiro fará o que for necessário para construir um país mais justo. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também lamentou o alto número de ocorrências de trabalho escravo no país e afirmou que todos estão chamados a concluir a abolição.
