Com carne ficando mais barata em 2023, brasileiros devem aumentar consumo de proteínas

Foto: Reprodução/Globo/JN

O item que andou sumido da mesa de muitos brasileiros tem ficado mais barato neste ano. Sozinho, ele tem peso enorme no valor da cesta básica. 

 O consumidor vai às compras e desta vez sem reclamar do preço das carnes. Muitos, acostumados em anos anteriores a comprar peles, restos descartados e ossos, agora começam a ganhar condições de consumir as proteínas da carne. A picanha prometida em campanha ainda não é uma realidade na mesa da maioria, mas as carnes, em geral, estão sim mais acessíveis, o que é muito importante para as pessoas e para a economia do país.  

 “Realmente houve uma queda acentuada. Isso é muito bom pra gente, para o brasileiro, porque a gente vive sempre nessa expectativa das coisas melhorarem, cada dia melhorar”, diz o empresário Márcio Guimarães. 

O levantamento do IBGE mostra que de janeiro para cá o preço das carnes teve redução de 3,87%. Em maio ficaram mais baratos o contrafilé (- 1,03%), o acém (- 0,93%), a alcatra (- 0,89%) e o peito bovino (-1,39%). Resultados que ajudam a conter a inflação.

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“A gente tem observado uma desaceleração e a queda nos preços das carnes, que é o item que tem um peso relevante na cesta de consumo da família e tem contribuído para segurar essa alta”, diz André Felipe Guedes Almeida, analista do Sistema Nacional de Preços ao Consumidor.

“E lembrando o seguinte: carne bovina mais barata acaba influenciando na formação de preços da carne suína e da carne de frango também. Então, essas proteínas também ficam mais baratas, conforme o preço da carne bovina vai caindo. Então, mais uma boa notícia”, conta o economista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Inglesias.

Os economistas explicam que essa queda é resultado de um efeito cascata. Para engordar o gado, os pecuaristas usam ração feita de soja e milho e os preços destes dois produtos caíram. E tem mais uma explicação: os frigoríficos abateram mais animais, o que aumentou a oferta de carne nos açougues.

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Nos primeiros três meses deste ano, o número de abates de bovinos foi quase 5% maior do que no mesmo período de 2022.

Tendência que deve seguir agora no inverno.

“A oferta dos frigorificos hoje pro açougue, e creio eu dos pecuaristas para o frigorifico, ela é bastante significativa. Porque eles têm que se desfazer do rebanho em função do pasto, porque o pasto está secando, então isso avoluma a oferta e cai os preços”, explica Sílvio Carlos Brito, presidente Sindicato de Carnes de Goiás.

A carne que o Thiago comprou é para comemorar a conquista do novo apartamento. E mesmo com as ofertas, os custos serão divididos. “Vai ter churrasco amanhã, mas a recomendação de cada um levar sua carne pra despesa ficar dividida e pra todo mundo poder compartilhar a comemoração”, conta Thiago Martins, funcionário público.

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