Brasil se une à Coreia do Norte e à Venezuela ao omitir dados da Covid-19

Jair Bolsonaro.

A decisão do governo brasileiro de passar a omitir o balanço total de óbitos da Covid-19 a partir de sábado (6) coloca o país ao lado da Venezuela ou do regime mais fechado do mundo, a Coreia do Norte, na gestão da transparência das estatísticas da pandemia.

“Ocultar e manipular dados é estratégia de regimes autoritários que deve ser rechaçada com veemência”, denunciou a organização Transparência Internacional.

Segundo o presidente Jair Bolsonaro, a decisão de não informar o total de mortes é “melhor para o Brasil”. O site do Ministério da Saúde, responsável pela publicação dos dados nacionais, ficou horas fora do ar na tarde de sábado. Ao retornar, reapareceu modificado: apenas o número de mortes das últimas 24 horas é mencionado.

Em nota, republicada por Bolsonaro, o ministério explicou que a mudança “permite acompanhar a realidade do país”. “Ao acumular dados, além de não indicar que a maior parcela já não está com a doença, não retratam o momento do país. Outras ações estão em curso para melhorar a notificação dos casos e confirmação diagnostica”, afirma o texto, que argumenta ainda que o atraso na divulgação dos dados ­­- agora feita às 22h – é para “evitar subnotificação”.

No mundo, apenas a Coreia do Norte não informa as estatísticas da pandemia. Já a Venezuela divulga informações subestimadas sobre o alcance do vírus, de acordo com observadores internacionais. Em maio, quando o governo de Nicolás Maduro relatou 10 mortes no país, a organização Human Rights Watch denunciou que os números oficiais são “falsos” e “absurdos”. Situação semelhante é encontrada na Arábia Saudita.


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