Quixadá, no Sertão Central, tem motivos para acreditar que suas medidas de restrição de atividades e contenção do fluxo de pessoas estão funcionando contra o novo coronavírus. Análise dos dados epidemiológicos da Secretaria de Saúde mostram que, pela segunda semana seguida, o número de novas infecções vem caindo.
São 24 semanas de 2020 em análise pelas autoridades de saúde. Os primeiros 2 casos confirmados aconteceram na 14º semana. Depois desta, todas as demais tiveram registros de casos novos. Como mostra o gráfico abaixo, eles passaram de 2 na 14º semana para 364 na 22º semana, o pico de ocorrências de novos casos. A partir deste ponto, os números começaram a cair e, hoje, o município está abaixo do patamar de infecções observado há quase um mês atrás.
O dado positivo valida como eficazes as medidas de restrição estabelecidas no Centro da cidade que, nas semanas imediatamente depois dos primeiros casos, foi identificada como principal área irradiadora de novos contágios. A maior rigidez ali, com estabelecimento de barreiras de trânsito e maior fiscalização, diminuiu as aglomerações e conseguiu achatar a curva de infecções.
Associada ao estabelecimento da Zona Especial, está também a medida que criou rodízio de transportes coletivos e horário reservado da Zona Rural para acesso à sede. Isto não só tem protegido a Zona Rural de experimentar uma onda maior de casos, como impactou nos números gerais ao diminuir a disseminação do vírus.
Contribuiu, também, para esta queda de novos casos o investimento da prefeitura local na produção e distribuição de 100 mil máscaras reutilizáveis, distribuídas por agentes de saúde, agentes de endemias e outros funcionários da saúde.
Preocupa, porém, o aumento substancial no fluxo de pessoas nas ruas e no centro com a reabertura econômica encabeçada pelo Governo do Estado. Embora possa dar certo e seja necessária, essa reabertura exige conscientização popular sobre a importância de observar normas de segurança sanitária, algo que nem sempre é visto. Se Quixadá vai continuar diminuindo os números de novos casos, depende da gestão local não se render ao discurso bolsonarista da sua oposição e da consciência da própria população.
