Dr. Welithon Alves de Mesquita: Magistrado na Comarca de Quixadá dá exemplo de dedicação à justiça

Dr. Welithon preside reunião no Fórum Desembargador Avelar Rocha, na qual apresentou os números do seu trabalho na Comarca de Quixadá.

Imagine ter diante de si uma montanha com mais de 12 mil processos, cada um deles com dezenas ou centenas de páginas para analisar. Pense no fato de que suas decisões sobre cada caso afetará significativamente a vida das pessoas envolvidas e suas famílias. Acrescente às suas tarefas diárias ser responsável pela administração da justiça a 720 homens e mulheres que estão incluídos nos diversos regimes do sistema prisional – parte deles encarcerados na cadeia pública. Deliberar sobre a situação de cada preso e acompanhar a execução de suas penas é tarefa sua. Embora isto talvez já lhe pareça muito, inclua agora a responsabilidade pela direção do Fórum da Comarca, seus funcionários, suas demandas específicas e suas políticas administrativas. E à parte de todas estas funções vinculadas ao Poder Judiciário, some a tarefa de ensinar como professor de faculdade.

Lidar com todas estas atividades faz parte da rotina do Dr. Welithon Alves de Mesquita, juiz da 1ª e 2ª Varas da Comarca de Quixadá. O magistrado de 49 anos completou, no dia 8 deste mês de março, dois anos de atuação na Terra dos Monólitos.

Na quinta-feira, 21, o juiz convidou representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, funcionários do Fórum Desembargador Avelar Rocha, representantes da Secretaria de Justiça do Estado e outros para apresentar um balanço de suas atividades à frente da Comarca.

Fórum Desembargador Avelar Rocha, onde trabalha o Dr. Welithon Alves de Mesquita.

Nos últimos dois anos, Dr. Welithon produziu o trabalho que se traduz nos números abaixo:

– 12.520 despachos;
– 5.479 decisões interlocutórias;
– 3.853 sentenças;
– 1.787 audiências;
– 80 sessões do Tribunal do Júri.

Colocados assim, de forma resumida, os números não dão a noção exata de todo o trabalho envolvido. Ser juiz é muito mais do que apenas lidar com fórmulas e conceitos jurídicos que não exigem nada além de mero cálculo ou observação. Tem a ver com gente, com o passado e o futuro de seres humanos; com o exercício da capacidade de entendimento, discernimento e sabedoria, qualidades necessárias quando trabalhar significa receber partes interessadas nas causas, conversar com advogados, com promotores do Ministério Público, orientar servidores, visitar prisioneiros etc.

Exige-se do juiz, sobretudo, alinhamento com o marco civilizatório já alcançado pela humanidade, de modo que suas decisões sirvam também ao propósito de garantir mais paz, liberdade, esclarecimento e felicidade à sociedade.

A rotina do magistrado – que o Diário de Quixadá vai contar em mais detalhes em breve, começa cedo no dia. E, por vezes, entra pela noite. Dr. Welithon, aliás, é conhecido por sua notável pontualidade que, segundo ele, é uma forma de demonstrar respeito pelos outros. Comprometido exemplarmente com a distribuição da Justiça, o magistrado já foi alvo de queixas por trabalhar demais. “Coisas do Brasil”, diz. Sua produção na magistratura, de fato, é superior à média nacional e internacional.

Advogados apresentam sugestões e demandas ao Dr. Welithon.

Na reunião em que apresentou os números do seu trabalho, anunciou o desejo de ampliar o diálogo com a direção da OAB, para facilitar o exercício da advocacia na Comarca. “Penso muito em voltar a advogar após a aposentadoria”, revelou a certa altura do encontro. Pouco antes, havia explanado para os advogados presentes sobre a grandeza da tarefa de operar o direito que, para ele, é uma atividade revestida de imensa dignidade e que deve ser executada com profundo compromisso com a correção. Criticou duramente aqueles que abrem mão do respeito à profissão, da honorabilidade associada ao manuseio da justiça, para se descredibilizarem criando o que chama de “armadilhas dentro dos processos”, tentativas de induzir o juiz ao erro, enganá-lo, ou outras condutas desonestas.

A reunião começou às 17 horas e terminou por volta de 20h40. “Ninguém vem para uma reunião de meia hora comigo”, provocou. É, obviamente, um juiz com grande capacidade de comunicação. É fácil notar que gosta de compartilhar sua experiência de vida e as lições aprendidas em três décadas de dedicação ao Poder Judiciário. “Se um dia alguém quiser me oferecer reconhecimento, que seja em vida. Depois da morte não”, sugere com o bom humor e simpatia que lhe parecem ser tão característicos.


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