Chefões de facção marcaram Quixadá como território para ser dominado, segundo investigação policial

Quixadá, Sertão Central.

O município de Quixadá, no Sertão Central, foi marcado pelos chefões da facção Guardiões do Estado, a GDE, para ser dominado pelo grupo. É o que revelou, nesta quinta-feira, 25, o jornal O Povo, ao publicar matéria sobre as descobertas feitas pela polícia após a prisão de três chefões da organização criminosa.

Yago Steferson Alves dos Santos, o Yago Gordão; Francisco de Assis Fernandes da Silva, o Barrinha; e Francisco Tiago Alves do Nascimento, o Tiago Magão, todos capturados pela polícia, são apontados como “conselheiros finais” da organização.

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), descobriu mensagens trocadas entre Yago e Barrinha, nas quais a dominação de Quixadá estava determinada. A ordem era a seguinte: “Quebrar a comarca de Quixadá e pegar os alemãos”. (sic)

O significado, conforme a Draco, seria uma ordem para o domínio do município. Nove chefes da GDE haviam votado a favor e apenas um foi contra. Estes “conselheiros” teriam influência sobre uma vasta base de faccionados. Segundo Yago, o número total de membros da GDE é 20 mil. Já Barrinha apontou a existência de 35 mil.

Yago ainda disse, em depoimento à polícia, que os conselheiros da GDE determinaram que membros da facção criminosa não devem atacar rivais, salvo em situações de autodefesa.

“Há três meses (setembro 2018, portanto) foi decidido que os integrantes da facção iriam deixar de dar ataques aos membros de rivais, devendo apenas se proteger em caso de ataques”, declarou Yago aos policiais da Draco. “Vocês devem ter notado que os homicídios diminuíram”, complementou.

O Secretário de Segurança do Estado, André Costa, negou em fevereiro a hipótese de que a redução nos homicídios tivesse alguma relação com uma trégua na guerra das facções. “Não precisa ser especialista para responder à seguinte pergunta: você faria acordo com quem matou sua esposa, seu pai, sua irmã ou seu filho? A resposta é óbvia demais”, postou no Instagram. “A redução de homicídios é resultado de uma ação enérgica do Estado dentro e fora dos presídios”, completou.

Seja como for, no caso de Quixadá, houve redução enorme de homicídios. O município passou mais de 120 dias sem nenhuma ocorrência do tipo em 2019.

(Com informações do O Povo)


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