Você precisa cuidar da sua saúde e isso pode incluir emagrecer. Precisamos de mais bem-estar e qualidade de vida, sobretudo para nos prepararmos para uma velhice com mais dinamismo e empoderamento.
É muito importante construir uma rotina organizada que nos possibilite atividades físicas, alimentação mais saudável e sono de qualidade. Mas, se o motivo para emagrecer for a rejeição da sua imagem, que impacta na sua autoestima, gerando tristeza e ansiedade, devo dizer-lhe que o problema não é o seu corpo, mas, sim, sua mente. Nesse caso, sua prioridade com a saúde perpassa a terapia e os cuidados com o seu emocional.
A partir do meu lugar de fala, eu afirmo: se a autoaceitação e auto acolhimento não iniciar antes ou paralelamente ao processo de autocuidado com seu corpo, simplesmente emagrecer não irá resolver seu problema de autoestima.
Você pode emagrecer, e não aceitar sua flacidez. Resolver o problema da flacidez, e ter vergonha das rugas. Colocar botox, e odiar o nariz. Fazer cirurgia plástica, e esconder o corpo por causa das cicatrizes e manchas escuras, e assim por diante.
Você nunca estará plenamente satisfeita(o), porque sua autoaceitação não depende do emagrecimento, mas, sim, de desconstruir padrões violentos impostos socialmente sobre a imagem ou traumas internos que não serão curados apenas com o emagrecimento.
O cuidado com o nosso corpo deve acontecer porque honramos nossa vida, nossa história e, portanto, precisamos cuidar bem do templo em que habita nossa alma, e viver plenamente. Mas, se esse cuidado se inicia com base no ódio e rejeição, pode se tornar um caminho doloroso e punitivo.
Para cuidar do corpo é preciso, primeiramente, e sobretudo, autocuidado mental.
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Sobre a autora: Kercya Nara é formada em Letras, Especialista em Literatura e formação do Leitor. É Mestra em Literatura e Interculturalidade. Pesquisa sobre Representação Feminina na história, nas artes e na sociedade desde 2004. Atua como professora universitária nas Áreas de Literatura, Letramento, Comunicação, Pesquisa e Produção Científica. Escreve para o DQ todos os domingos, discutindo assuntos como autocuidado físico, social, mental e profissional.
