Advogado acredita na condenação de professor da FECLESC acusado de crime contra ex-aluna em Quixadá

Feclesc, em Quixadá.

No dia 19 de julho, aconteceu em Quixadá uma audiência em uma ação movida pelo Ministério Público contra um professor, denunciado pelo crime de perseguição (stalking). Durante a audiência, foram ouvidos os depoimentos de cinco testemunhas de acusação, duas de defesa, além da vítima e do réu.

Segundo a denúncia, a vítima foi perseguida por meio de mensagens em redes sociais, muitas delas de teor sexual. Os assédios já haviam começado durante o período em que ela estudava na FECLESC, entre 2011 e 2012, quando o professor tentou presenteá-la e a convidou para sair em várias ocasiões.

A partir de 2020, o assédio se intensificou com o envio de mensagens contendo expressões sexuais vulgares e repulsivas. Mesmo após ser bloqueado, o réu persistiu nos contatos e chegou ao ponto de solicitar o número da vítima a seus parentes.

Algumas das mensagens enviadas pelo professor à ex-aluna.

Diante da situação, a vítima decidiu denunciar os fatos, resultando em ampla repercussão nacional e até internacional. Além do processo judicial, o professor enfrenta um Processo Administrativo Disciplinar na Procuradoria Geral do Estado. Em ambos os procedimentos, o réu admitiu a prática do crime.

ADVOGADO ACREDITA NA CONDENAÇÃO

Advogado Renato Abrantes é assistente de acusação no caso.

O Dr. Renato Abrantes, assistente de acusação juntamente da Dra. Kelly Marinho, esclareceu ao DQ que o crime de perseguição, tipificado no art. 147-A do Código Penal Brasileiro, afeta a dignidade humana, pois consiste em perseguir alguém de forma insistente, por qualquer meio, ameaçando a integridade física ou psicológica da vítima, restringindo seu direito de ir e vir, além de provocar medo e invadir sua privacidade.

O advogado enfatizou que esse tipo de crime é ainda mais grave quando envolve mulheres, devido à condição de gênero, e lamentou que isso seja comum em relações hierárquicas.

O processo será julgado em breve, e os advogados acreditam na condenação do réu. “Nossa sociedade machista precisa mudar, pois o medo de denunciar esses crimes ainda impede muitas mulheres de buscar justiça. Esperamos que este caso sirva para conscientizar os homens de que ninguém é ‘dono’ de ninguém”, ressaltou o Dr. Renato.

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